ATA DA TRIGÉSIMA PRIMEIRA SESSÃO ORDINÁRIA DA SEGUNDA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA QUARTA LEGISLATURA, EM 04-5-2006.

 


Aos quatro dias do mês de maio do ano de dois mil e seis, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas e quinze minutos, foi realizada a segunda chamada, sendo respondida pelos Vereadores Adeli Sell, Aldacir Oliboni, Claudio Sebenelo, Haroldo de Souza, João Antonio Dib, João Bosco Vaz, João Carlos Nedel, José Ismael Heinen, Luiz Braz, Márcio Bins Ely, Maria Celeste e Raul Carrion. Constatada a existência de quórum, o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos. Ainda, durante a Sessão, compareceram os Vereadores Alceu Brasinha, Bernardino Vendruscolo, Carlos Comassetto, Carlos Todeschini, Cassiá Carpes, Clênia Maranhão, DJ Cassiá Gomes, Dr. Goulart, Elias Vidal, Ervino Besson, Ibsen Pinheiro, Manuela d'Ávila, Margarete Moraes, Maristela Maffei, Maristela Meneghetti, Mônica Leal, Neuza Canabarro, Sebastião Melo, Sofia Cavedon e Valdir Caetano. À MESA, foram encaminhados: pelo Vereador Adeli Sell, os Pedidos de Providência nos 951, 952, 953 e 954/06 (Processos nos 2395, 2396, 2397 e 2399/06, respectivamente); pelo Vereador Almerindo Filho, os Projetos de Lei do Legislativo nos 080 e 081/06 (Processos nos 2019 e 2020/06, respectivamente); pelo Vereador Claudio Sebenelo, os Pedidos de Providência nos 633, 634, 635, 636, 637, 648, 649, 650, 652, 653, 654, 655, 656, 738, 740, 742, 756 e 818/06 (Processos nos 1785, 1786, 1787, 1788, 1789, 1828, 1829, 1830, 1832, 1833, 1834, 1835, 1836, 1971, 1973, 1975, 2029 e 2151/06, respectivamente), a Indicação nº 009/06 (Processo nº 2042/06) e o Projeto de Lei do Legislativo nº 087/06 (Processo nº 2194/06); pelo Vereador Haroldo de Souza, os Pedidos de Providência nos 882, 886, 887, 889, 890, 891, 892, 893, 894, 895, 896, 897, 898, 899, 900, 901, 902, 903, 904, 905, 906, 907, 908, 909, 910, 911, 912, 913, 914, 915, 916, 917, 918, 919, 920, 921, 922, 923, 924 e 925/06 (Processos nos 2309, 2313, 2314, 2332, 2333, 2334, 2335, 2336, 2337, 2338, 2339, 2340, 2341, 2342, 2343, 2344, 2345, 2346, 2347, 2348, 2349, 2350, 2351, 2352, 2353, 2354, 2355, 2356, 2357, 2358, 2359, 2360, 2361, 2362, 2363, 2364, 2365, 2366, 2367 e 2368/06, respectivamente); pelo Vereador José Ismael Heinen, o Projeto de Lei do Legislativo nº 088/06 (Processo nº 2199/06); pelo Vereador Márcio Bins Ely, os Pedidos de Providência nos 876, 877, 878, 879 e 880/06 (Processos nos 2265, 2267, 2268, 2269 e 2270/06, respectivamente). Do EXPEDIENTE, constaram os Ofícios nos 10112665, 10113018, 10113276, 10113377, 10113619, 10113912, 10116069, 10116480, 10116681 e 10116717/06, do Fundo Nacional de Saúde do Ministério da Saúde. Na ocasião, o Senhor Presidente determinou a distribuição em avulsos de cópias das Atas da Segunda e Terceira Sessões Extraordinárias, Quarta e Quinta Sessões Solenes e Décima Oitava e Décima Nona Sessões Ordinárias, que deixaram de ser votadas, em face da inexistência de quórum deliberativo. Em continuidade, o Senhor Presidente concedeu a palavra, em TRIBUNA POPULAR, ao Senhor Evandro Vargas dos Santos, Presidente da Federação Profissional dos Trabalhadores em Segurança Privada do Estado do Rio Grande do Sul, que divulgou a campanha estadual, promovida pela entidade presidida por Sua Senhoria, de esclarecimento sobre a contratação de vigilantes ilegais e clandestinos, destacando os riscos assumidos ao se empregar trabalhadores não preparados para serviços dessa natureza. Nesse contexto, afirmou que vigilantes regularizados passam por cursos de formação profissional e exames periódicos de saúde física e mental, além de terem de provar a inexistência de qualquer registro policial relacionado às suas pessoas. Na ocasião, nos termos do artigo 206 do Regimento, os Vereadores Claudio Sebenelo, Adeli Sell, José Ismael Heinen, Elói Guimarães, Mônica Leal, Raul Carrion, Bernardino Vendruscolo e Ervino Besson manifestaram-se acerca do assunto tratado durante a Tribuna Popular. Às quatorze horas e cinqüenta minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às quatorze horas e cinqüenta e dois minutos, constatada a existência de quórum. Após, constatada a existência de quórum deliberativo, foi aprovado Requerimento verbal formulado pelo Vereador Elói Guimarães, solicitando alteração na ordem dos trabalhos da presente Sessão. Também, foi apregoado Requerimento de autoria do Vereador Nereu D'Avila, solicitando Licença para Tratamento de Saúde no dia de hoje, tendo o Senhor Presidente declarado empossado na vereança o Suplente DJ Cassiá Gomes, informando que Sua Excelência integrará a Comissão de Constituição e Justiça. Em prosseguimento, foi iniciado o período de COMUNICAÇÕES, hoje destinado a assinalar o transcurso do trigésimo aniversário da Procuradoria-Geral do Município de Porto Alegre, nos termos do Requerimento nº 073/06 (Processo nº 2052/06), de autoria do Vereador Elói Guimarães. Compuseram a Mesa: o Vereador Luiz Braz, 1º Vice-Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre; o Senhor Edmilson Todeschini, Presidente da Associação dos Procuradores do Município de Porto Alegre; a Senhora Mercedes Rodrigues e o Senhor João Batista Figueira, respectivamente Procuradora-Geral e Procurador-Adjunto do Município de Porto Alegre. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador Elói Guimarães historiou a criação da Procuradoria-Geral do Município de Porto Alegre, salientando a evolução desse órgão até alcançar a forma de funcionamento atual e ressaltando sua contribuição técnica para a implementação de medidas inovadoras em Porto Alegre. Em relação ao assunto, realçou a importância de que seja observado o princípio da legalidade para o efetivo funcionamento do regime democrático. O Vereador Claudio Sebenelo, referindo-se à posse da Ministra Ellen Gracie Northfleet na presidência do Supremo Tribunal Federal, sublinhou a importância do Poder Judiciário na busca de soluções para os problemas que atingem o Brasil. Nesse sentido, enalteceu o desempenho técnico e político da Procuradoria-Geral do Município, alegando que esse órgão tem a confiança da população porto-alegrense e elogiando o trabalho lá empreendido pela Senhora Mercedes Rodrigues. O Vereador João Antonio Dib relatou a evolução da Procuradoria-Geral do Município, grifando que Porto Alegre foi uma das primeiras cidades brasileiras a ter uma repartição com essas características, a partir do ano de mil novecentos e vinte e cinco. Também, reiterou a qualificação profissional dos integrantes da Procuradoria-Geral do Município, reafirmando que esse órgão sempre teve participação decisiva na solução de problemas legais da Prefeitura Municipal. A Vereadora Clênia Maranhão parabenizou a Senhora Mercedes Rodrigues, manifestando admiração e respeito pelo trabalho desenvolvido por Sua Senhoria. Ainda, homenageou a Procuradoria-Geral do Município, relatando experiências pessoais de Sua Excelência, nas quais esse órgão mostrou-se competente, e exaltando a contribuição por ele dada para que o Governo Municipal possa desenvolver as políticas necessárias à Cidade. O Vereador Ibsen Pinheiro corroborou a realização de homenagem à Procuradoria-Geral do Município de Porto Alegre, enfatizando a relevância dessa entidade na busca de soluções viáveis para os problemas da Cidade. Além disso, congratulou a Senhora Mercedes Rodrigues pelo trabalho desenvolvido e pela qualificação profissional demonstrada ao longo da carreira de Sua Senhoria na Prefeitura Municipal de Porto Alegre. A seguir, o Senhor Presidente convidou o Vereador Elói Guimarães para proceder à entrega, à Senhora Mercedes Rodrigues, de Diploma alusivo à presente solenidade, concedendo a palavra a Sua Senhoria, que, em nome da Procuradoria-Geral do Município, agradeceu a homenagem hoje prestada pela Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quinze horas e cinqüenta e sete minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às dezesseis horas e três minutos, constatada a existência de quórum. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador Adeli Sell posicionou-se contrariamente ao fechamento, pela Secretaria Estadual da Fazenda, do Posto Fiscal de Guaíba, argumentando que essa medida causará a diminuição de tributos repassados aos cofres municipais pelo Governo Estadual. Da mesma forma, asseverou que a arrecadação fiscal de Porto Alegre vem diminuindo nos últimos anos, apesar do crescimento verificado no volume de vendas do comércio da Cidade. O Vereador Aldacir Oliboni criticou a qualidade dos serviços públicos de saúde oferecidos à população porto-alegrense, cobrando mudanças no gerenciamento dos Postos de Saúde estaduais e municipais. Nesse contexto, referiu-se a problemas constatados pela Comissão de Saúde e Meio Ambiente, em visita ao Centro de Saúde Vila dos Comerciários, na Vila Cruzeiro do Sul, afirmando que a Secretaria Municipal de Saúde não compareceu à reunião dessa Comissão, quando convocada. Em GRANDE EXPEDIENTE, o Vereador Sebastião Melo defendeu a municipalização dos Postos de Saúde na Zona Leste de Porto Alegre, sugerindo a realização de reunião de Comissões dos Legislativos municipal e estadual para tratar desse assunto. Também, discutiu a necessidade de alteração na legislação referente ao Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza e salientou que esta Casa precisa realizar, neste ano, a revisão do Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano Ambiental. O Vereador Carlos Comassetto, abordando ações do Presidente boliviano Evo Morales, de nacionalização das reservas de gás natural daquele país, comentou a conjuntura internacional relativa à questão energética, avaliando a posição do Governo brasileiro acerca do tema. Além disso, apoiou a gestão do Senhor Luiz Inácio Lula da Silva como Chefe do Executivo do País e discorreu sobre as eleições para Presidente da República programadas no País para outubro do corrente ano. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador João Antonio Dib leu trechos de artigo publicado hoje no Jornal do Comércio, intitulado “O petróleo é nosso, a Petrobras não”, do Jornalista Orestes de Andrade Júnior, no qual se destaca que quase metade das ações preferenciais da Petrobras na Bolsa de Valores são de propriedade de empreendedores dos Estados Unidos da América. Também, criticou a absolvição, pelo Congresso Nacional, dos Deputados Federais Josias Gomes e Vadão Gomes. O Vereador Márcio Bins Ely analisou o Projeto de Lei do Legislativo nº 218/05, de sua autoria, aprovado por esta Casa, que altera a Lei Municipal nº 8192/98, limitando para quinze minutos o tempo de espera em filas dos caixas de bancos de Porto Alegre. Quanto ao assunto, lembrou que a informatização propicia maior agilidade e também o auto-atendimento em diversas operações bancárias, o que possibilita ao sistema financeiro a oferta de maior rapidez nos serviços prestados aos cidadãos. Em PAUTA, Discussão Preliminar, estiveram: em 1ª Sessão, o Projeto de Lei do Legislativo nº 075/06, o Projeto de Resolução nº 069/06, discutido pelo Vereador Luiz Braz; em 2ª Sessão, o Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 030/06, discutido pelo Vereador João Carlos Nedel, os Projetos de Lei do Legislativo nos 073, 076/06, este discutido pelo Vereador José Ismael Heinen, e 085/06, discutido pelo Vereador Márcio Bins Ely, o Substitutivo nº 01 ao Projeto de Lei do Legislativo nº 189/05, discutido pelo Vereador Márcio Bins Ely, os Projetos de Resolução nos 067 e 071/06; em 3ª Sessão, os Projetos de Lei do Legislativo nos 030, 074 e 055/06, este discutido pelo Vereador Claudio Sebenelo; em 4ª Sessão, o Projeto de Resolução nº 063/06. Na ocasião, foi apregoada a Subemenda nº 01, de autoria do Vereador Raul Carrion, Líder da Bancada do PCdoB, e da Vereadora Manuela d'Ávila, à Emenda nº 01, aposta ao Projeto de Emenda à Lei Orgânica nº 005/05 (Processo nº 1438/05). Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, a Vereadora Maristela Maffei registrou mobilizações a serem realizadas hoje, em Brasília, em prol da regulamentação da Emenda Constitucional nº 47, no que se refere à concessão do direito de aposentadoria às donas de casa brasileiras. Também, convidou a todos para seminário que debaterá a legislação do Conselho Tutelar de Porto Alegre, a ocorrer no dia dois de junho do corrente, nesta Casa, organizado pela Frente Parlamentar em Defesa da Criança e do Adolescente. O Vereador José Ismael Heinen reportou-se ao 13º Encontro Nacional do Partido dos Trabalhadores, realizado no último final de semana, em São Paulo, quando esse Partido optou pela consolidação de alianças partidárias amplas, em caráter nacional e estadual, com vistas às eleições de outubro do corrente ano. Ainda, examinou posições a respeito do tema, assumidas pelo Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, contestando linhas de gestão seguidas por esse político à frente do Governo Federal. A Vereadora Manuela d'Ávila elogiou atitude do Ministro Tarso Genro, de convidar o Partido do Movimento Democrático Brasileiro a compor aliança com o Partido dos Trabalhadores nas eleições deste ano para a Presidência da República. Também, saudou proposta do Governo Federal, de ampliação do Programa Nacional de Inclusão de Jovens – PROJOVEM –, salientando a importância de ações públicas que viabilizem à juventude um real desenvolvimento em termos pessoais e profissionais. A Vereadora Maria Celeste manifestou-se acerca do acompanhamento que vem sendo efetuado por este Legislativo no processo de transferência da Vila Dique, em face das obras de ampliação do Aeroporto Internacional Salgado Filho. Nesse sentido, solicitou maior empenho da Prefeitura de Porto Alegre com relação ao assunto, citando convênio firmado pelos Governos Municipal, Estadual e Federal, para aquisição de área a ser destinada ao reassentamento dessas comunidades. A Vereadora Clênia Maranhão debateu o pronunciamento de hoje da Vereadora Maria Celeste, em Comunicação de Líder, quanto às obras de ampliação do Aeroporto Salgado Filho, defendendo a atuação do Governo Municipal na busca da viabilização de condições adequadas para o reassentamento de comunidades que serão atingidas por essa obra. Da mesma forma, aprovou a gestão do Prefeito José Fogaça na área da saúde pública, avaliando ações de manutenção e recuperação de Postos de Saúde da Cidade. Na oportunidade, por solicitação do Vereador Aldacir Oliboni, foi realizado um minuto de silêncio em homenagem póstuma ao Irmão Avelino Madalozzo, ex-Presidente da Cruz Vermelha Brasileira, falecido hoje. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Bernardino Vendruscolo aludiu aos pronunciamentos hoje efetuados nesta Casa, relativos à transferência da Vila Dique, afirmando que o Governo Estadual já repassou à Prefeitura de Porto Alegre verbas para aquisição de área destinada ao reassentamento dessas famílias. Além disso, apoiou o Projeto de Resolução nº 082/05, que altera artigos do Regimento, referentes à ordem dos trabalhos das Sessões Plenárias e à discussão preliminar de Pauta. O Vereador Claudio Sebenelo retorquiu declarações do Vereador Carlos Comassetto, atinentes à nacionalização das reservas de gás bolivianas pelo Presidente Evo Morales, questionando a forma como o Presidente Luiz Inácio Lula da Silva reagiu a essa medida. Ainda, comentou matérias sobre o tema, divulgadas hoje na imprensa, em especial a charge da capa da edição do jornal “O Sul” e o artigo intitulado “A Petrobras desiste de investir na Bolívia”, do jornal “Folha de São Paulo”. Às dezoito horas e onze minutos, constatada a inexistência de quórum para ingresso na Ordem do Dia, o Senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária da próxima segunda-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores Dr. Goulart, Luiz Braz, Margarete Moraes e Haroldo de Souza e secretariados pelo Vereador Haroldo de Souza. Do que eu, Haroldo de Souza, 1º Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata, que, após distribuída em avulsos e aprovada, será assinada por mim e pelo Senhor Presidente.

 

 


O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Passamos à

 

TRIBUNA POPULAR

 

O Sr. Evandro Vargas dos Santos, Presidente da Federação Profissional dos Trabalhadores em Segurança Privada do Estado do Rio Grande do Sul, está com a palavra, para tratar de assunto relativo à campanha estadual de esclarecimento da contratação de vigilantes ilegais e clandestinos, pelo tempo regimental de 10 minutos.

 

O SR. EVANDRO VARGAS DOS SANTOS: Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, em nome do Presidente da Mesa, Ver. Luiz Braz, eu cumprimento todos os senhores e as senhoras, os sindicalistas e o público em geral que se faz presente neste dia de hoje.

A nossa campanha de esclarecimento é sobre a questão da contratação de trabalhadores ilegais e clandestinos em segurança privada. A nossa campanha visa, em primeiro lugar, a dizer que não somos contra o tipo de serviços que são prestados para a comunidade, pela falta de segurança pública, que não atende a todos os interesses dos trabalhadores da comunidade em geral, que acabam buscando, como alternativa, a contratação de pessoas para, em substituição à Segurança Pública, fazer segurança nos quarteirões.

A nossa preocupação é quanto às pessoas que são contratadas para efetuar esse tipo de serviço, que são, muitas vezes, pessoas com passagem pela Polícia, algumas até condenadas por furto, por roubo e até mesmo por estupros e assassinatos.

Então, a nossa preocupação visa exatamente a esclarecer a comunidade que, ao contratar segurança, contrate pessoas que realmente tenham passado por uma academia de formação, que são os vigilantes autorizados pela Polícia Federal, que têm um diploma de formação e uma carteirinha que autoriza o exercício da profissão. Infelizmente, a população, por falta de esclarecimento e, em muitos dos casos, até mesmo por medo, porque, quando não contrata essas pessoas, ela é ameaçada, se obriga a pagar segurança sob pena de, se assim não o fizer, ter o seu patrimônio lesado, arrombado. Entre essas pessoas, temos cidadãos de bem, mas, na sua grande maioria, são pessoas que não têm o curso de formação e têm passagem pela Polícia.

E isso não é permitido na atividade de segurança privada.

O vigilante faz o curso de formação e, além disso, a cada dois anos, faz a sua reciclagem, com exames médicos de saúde física e mental, para saber se tem condições de continuar no mercado.

O mais importante disso tudo é que esse trabalhador, em qualquer meio de segurança pública, não pode ter sequer registro policial por qualquer delito.

E, infelizmente, essas pessoas que estão nos quarteirões não passam por uma academia e, muitas vezes, vemos estampado na imprensa que alguns vigilantes assaltam, roubam ou estupram.

Na verdade, essas pessoas podem ser chamadas por qualquer outro nome, menos de segurança privada, porque não passaram por uma formação e não têm habilitação para o desempenho dessa atividade.

Estas são as preocupações que levamos à população, e, também, chamamos a atenção dos Srs. Vereadores para que se engajem nessa campanha de esclarecimento.

Infelizmente, por falta de esclarecimento, até alguns órgãos públicos já contrataram esse tipo de pessoas irregulares para exercer a segurança privada. Cito como exemplo a Prefeitura de Porto Alegre, no último Fórum Social Mundial, quando contratou uma empresa sem registro, sem autorização. Inclusive, tivemos de intervir, para que o pessoal pudesse receber, pelo menos, o salário dos dias efetivamente trabalhados.

E a Prefeitura Municipal de Gravataí, no Encontro Internacional de Educação, também, infelizmente, contratou uma empresa sem autorização dos órgãos competentes, do Ministério da Justiça, através da Polícia Federal.

São estas as preocupações que levamos a todos os órgãos públicos.

Estamos divulgando esta campanha na Assembléia Legislativa - o que está ocorrendo agora, com a participação de outro representante do Sindicato -, e, também, em todas as Câmaras de Vereadores dos Municípios. Já fizemos isso em Gravataí, em Novo Hamburgo, e estamos indo para o Interior do Estado, divulgando nas Câmaras e Prefeituras, mostrando a nossa preocupação com esse tipo de vigilante ilegal.

A população já assumiu esse ônus e já está consciente de que, se ela não contratar uma segurança alternativa, ela não terá uma segurança efetiva da Segurança Pública. Então, que sejam contratados trabalhadores legalizados que tenham autorização para prestar serviço, porque estaríamos contratando pessoas que não têm passagem pela Polícia, especificamente um trabalhador profissional habilitado para o desempenho dessas atividades, que nós entendemos ser muito sérias pelo seguinte fato: primeiro, porque vai cuidar de vidas de pessoas; segundo, porque vai cuidar, também, do patrimônio dessas pessoas.

Um exemplo disso: se nós pegarmos o nosso Boletim Informativo, o nosso jornal, nós vamos ver que, no dia 28 -, o mais recente incidente que ocorreu com um desses trabalhadores de rua -, quem encabeçou a contratação desse trabalhador para o quarteirão foi um juiz, uma pessoa esclarecida, que deveria ter o conhecimento mínimo de que, para prestar segurança, tem que ser uma pessoa habilitada. Infelizmente, essa pessoa, que se intitulou vigia, assaltou a residência do juiz, inclusive fazendo refém a sua empregada.

Então, é esse o grande objetivo do nosso alerta com referência à questão de contratação de pessoas sem a devida habilitação.

Aproveitando este ensejo - porque, muitas vezes, é difícil conseguir esses espaços nos meios de comunicação e, também, nos órgãos legislativos e executivos no nosso Estado -, quero dizer que nós temos, no dia 18 de junho, a Festa Estadual do Dia do Vigilante, que será realizada no Ginásio da Força Sindical, em Ipanema. E já aproveito para estender os parabéns aos companheiros vigilantes, bem como para convidar todos os Srs. Vereadores a participar. Os que quiserem participar dessa festa estão convidados a comparecer no dia 18 de junho, quando será realizada a Festa Estadual do Vigilante. Em virtude de quê?  Pela segunda Lei que veio regulamentar a atividade de segurança privada, e, a partir daí, então, os trabalhadores começaram a se regulamentar e, também, a se organizar através de sindicatos, o que, até então, não era permitido; eram única e exclusivamente associações.

Então, são esses os relatos que os trabalhadores trazem para o esclarecimento nessa campanha de contratação desse tipo de pessoa. Queremos deixar bem claro que alguns setores da sociedade, até mesmo alguns empresários da área de segurança clandestina, andam com uma pastinha - que é o escritório - e um celular, dizendo que nós queremos tirar proveito enquanto trabalhadores, que nós queremos trazer tudo para o nosso Sindicato. Bem, não precisa ser associado do Sindicato - bem que nós gostaríamos que fosse -, mas a nossa preocupação é com o respeito e a dignidade da nossa profissão, porque nós fizemos cursos, nos preparamos, e acabam outras pessoas, que não passaram por uma academia, fazendo esse tipo de serviço e ainda manchando o nome dos trabalhadores da segurança privada.

Se nós, trabalhadores da segurança privada, tivermos qualquer passagem pela Polícia, de forma nenhuma, nós vamos poder exercer a nossa atividade, a não ser que essa passagem seja em decorrência da nossa atividade, o que não ocorre na contratação dos trabalhadores de rua para fazer segurança privada. Muitas vezes, as pessoas depositam a confiança nessas pessoas e acabam sendo por elas roubadas, ou até mesmo tendo aliciados os seus filhos para a droga, a prostituição e outras coisas mais.

Então, é isso que ocorre na questão da segurança ilegal, pois, hoje, em nosso Estado, há mais de 110 mil trabalhadores ilegais fazendo segurança nos quarteirões, e, infelizmente, a maioria deles tem policiais por trás, ainda, prestando esse tipo de serviço, sem carteira assinada, sem registro,  sem saber que origem têm e quem são esses trabalhadores. Então, é essa a nossa preocupação, Sr. Presidente, que nós levamos ao conhecimento desta Casa e esperamos receber dela o apoio necessário, para nós esclarecermos a população sobre o risco e o perigo que é contratar vigilantes ilegais para cuidar da nossa casa e da nossa família. Muito obrigado, e até a próxima.  (Palmas.)

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz):  Convidamos o Sr. Evandro Vargas dos Santos, Presidente da Federação Profissional dos Trabalhadores em Segurança Privada do Estado do Rio Grande do Sul,  a fazer parte da Mesa. Seja bem-vindo a esta Casa, a Casa do Povo. 

O Ver. Claudio Sebenelo está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. CLAUDIO SEBENELO: Evandro, primeiro, meus parabéns pela tua apresentação, aqui, perante a Câmara. Em segundo lugar, quero dizer que a Federação Profissional dos Trabalhadores está inserida em toda a questão da segurança, na polêmica, na questão do grande debate nacional que hoje se faz sobre segurança, e reconheço, inclusive, na Federação Profissional dos Trabalhadores em Segurança Privada, muitas soluções, apesar da duplicidade de impostos, de bitributação, e, apesar de, muitas vezes, também termos ainda uma necessidade de uma melhor regulamentação. Mas, mesmo assim, quero lhe dizer que essa denúncia é importantíssima. A clandestinidade da segurança não pode existir. O rigor na formação de profissionais da segurança é hoje indispensável. Vamos melhorar a nossa segurança exatamente quando tivermos esse aprendizado sobre segurança disseminado, detalhado e muito mais refinado.

Exige-se do profissional da segurança, hoje, para um melhor desempenho junto à sociedade, que ele seja tratado sob todos os pontos de vista, inclusive psicológico. As fobias se dão exatamente naquelas pessoas que também promovem a segurança. As questões de violência estão diretamente ligadas às questões de criminalidade e segurança; por isso, me parece que, hoje, a sua presença em um debate que já vem há muito tempo, mas que sempre foi incompleto, vai passar também pela presença da segurança privada, na parceria com o Estado, no sentido de melhorar e muito. E não só desejamos essa melhora, como também ela é um direito do cidadão, pois, até agora, a segurança era tida como um favor ou como uma compra extremamente cara. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): O Ver. Adeli Sell está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. ADELI SELL:  Evandro, a nossa saudação em nome da Bancada do PT e, em especial, do colega Todeschini e meu, que estamos aqui neste momento. Quero parabenizar a sua preocupação e da sua Entidade, porque estamos diante de um problema gravíssimo. Gravíssimo! Estamos vendo que empresas aparecem e desaparecem como muda o sol no horizonte e não cumprem aquelas questões básicas que V. Sa. colocou aqui, que são procedimentos para que uma empresa seja legalmente constituída para trabalhar na área de segurança privada. Mas, pior do que isso, temos, para cada pessoa contratada legalmente na empresa, no mínimo outra pessoa trabalhando de forma completamente ilegal, sem pertencer a nenhuma empresa, sem ter qualquer vínculo com qualquer empreendimento. Um sujeito pode trabalhar, talvez, individualmente em várias outras coisas. Isso não pode; não existe essa figura do trabalhador individual nessa atividade. E nós estamos vendo que muitas pessoas estão nessa atividade sem nenhum compromisso com a segurança efetiva, e muitos, inclusive, têm gravíssimos problemas de comportamento e causam profundos malefícios. Em várias comunidades, meu caro Evandro, as pessoas, quando têm problemas de segurança pública, colocam em questão a contratação da segurança privada. Pode até ser uma alternativa, em alguns casos, mas a segurança pública tem que estar em primeiro lugar. A segurança privada é uma profissão; é uma atividade; é lícita; tem procedimentos e é de fundamental importância isto que V. Sa. e sua Entidade trazem aqui: que nós possamos trabalhar juntos e, se necessário for, fazer outros movimentos. Esta Câmara tem uma posição vigilante, permanente nessa questão da segurança privada. V. Sa. tem a nossa solidariedade e a nossa militância em defesa da categoria e para separar, efetivamente, o joio do trigo. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): O Ver. José Ismael Heinen está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. JOSÉ ISMAEL HEINEN: Sr. Presidente, Ver. Luiz Braz; Sr. Evandro Vargas dos Santos, Presidente da Federação dos Profissionais de Segurança Privada do Estado do Rio Grande do Sul, em nome do Partido da Frente Liberal, quero adiantar a V. Sa. a nossa concordância com essa campanha que a Federação faz de esclarecimento contra a contratação de vigilantes ilegais. Isto é muito importante, porque eu vejo que a segurança privada, em geral, não vai levar muito tempo, Sr. Presidente da Federação, e ela haverá de se integrar como agente de segurança pública como os demais no nosso Estado e no nosso Brasil. Nós vamos precisar de todas as forças de que dispomos para poder combater, de forma integral, os efeitos malignos da nossa violência. Então, é importante que os vigilantes estejam em dia, munidos de pessoas de gabarito, pessoas merecedoras do aval no que diz respeito à segurança, porque segurança é necessário para nós, para nossos filhos e, principalmente, para o nosso País. E, infelizmente, temos que atacar as causas, e hoje estamos correndo atrás dos efeitos da violência e da insegurança. Portanto, parabéns por essa campanha! Que tenham êxito. Disponham do nosso apoio. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): O Ver. Elói Guimarães está com a palavra, nos termos do art. 206.

 

O SR. ELÓI GUIMARÃES: Ver. Luiz Braz, Presidente dos trabalhos, nós queremos, inicialmente, saudar o Evandro Vargas dos Santos. Tivemos a honra de participar de sua eleição e posse como Presidente da Federação Profissional dos Trabalhadores em Segurança Privada do Estado do Rio Grande do Sul, quando ele assumiu a presidência nacional do órgão. Então, nós queremos saudá-lo também, é óbvio, pelas suas razões trazidas à tribuna e pela campanha que enceta, exatamente na defesa, como advertência, numa área extremamente importante, que é a segurança, na contratação de profissionais devidamente e cuidadosamente habilitados, pois se trata de pessoas que dão segurança, e vivemos momentos muito difíceis, em que violência toma conta, enfim.

Portanto, é um momento importante este da Casa, quando aqui vem o Evandro trazer as suas preocupações e mostrar a campanha que está fazendo a Federação, exatamente para que se contratem pessoas devidamente habilitadas para cuidar da vida das outras pessoas. Portanto, Evandro, a ti, à tua Federação e à Diretoria os nossos cumprimentos.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): A Verª Mônica Leal está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

A SRA. MÔNICA LEAL: Sr. Evandro, eu penso que esta é uma das primeiras manifestações que eu faço com muita satisfação, porque, em nome da Bancada Progressista dos Vers. João Carlos Nedel e João Antonio Dib, venho a este microfone dizer que assisto com muita alegria a um avanço na área da segurança, visto que nós temos acompanhado só um lado crescendo, que é o lado dos criminosos, cada vez mais bem aparelhado. E, quando eu tomo conhecimento dessa campanha tão própria, num momento tão urgente para a nossa Cidade e para o nosso Estado, eu só posso lhe dar os parabéns e colocar o nosso Partido de forma a apoiá-los nessa caminhada, que é longa. Com certeza, todos os gaúchos estão torcendo. Obrigada.

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): O Ver. Raul Carrion está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. RAUL CARRION: Prezado Evandro dos Santos, com quem há uma longa data compartimos muitas lutas, inclusive a da categoria dos vigilantes, hoje falando em nome da Federação dos Trabalhadores em Segurança Privada do Estado do Rio Grande do Sul, nós já tivemos um início desta discussão - e com sua presença, há alguns anos, aqui nesta Casa - em uma Comissão Especial que tratou do problema de segurança.

Foram importantes contribuições que V. Sª trouxe para compreendermos os problemas existentes nessa área.

Também estivemos, outro dia, no Fórum de Segurança da Zona Norte, no qual estiveram presentes o Vice-Presidente, o Iberê, e outros Diretores. E estamos acompanhando com preocupação esse quadro. Todos nós sabemos que a questão de segurança é, talvez, uma das tarefas mais precípuas do Estado, do Poder Público. Infelizmente, devido às deficiências do Poder Público nessa área, essas questões têm sido privatizadas e terceirizadas. E, aí, a preocupação é no sentido da qualidade desse serviço. E nos parece que a campanha que a Federação e os sindicatos da área vêm fazendo é extremamente importante, porque nós temos visto empresas não-qualificadas, trabalhadores como V. Sa. colocou, sem o mínimo preparo técnico, preparo psicológico, substituindo profissionais da área. E essa é uma área sensível, que não pode ser executada por uma pessoa inabilitada. Recentemente, tivemos um problema - que tratamos na Comissão de Defesa do Consumidor, Direitos Humanos e Segurança Urbana - no Baile da Juventude, onde uma empresa de segurança, que, certamente, não será das qualificadas de forma adequada, espancou jovens. Ao invés de levar segurança, levou insegurança para os jovens. Isso, inclusive, motivou uma reunião da CEDECONDH. Eu queria aproveitar, Ver. Carlos Todeschini, que é o Presidente da CEDECONDH, para propor - sei que a nossa pauta está muito cheia de questões - que tivéssemos a oportunidade de convidar o Sindicato e outros órgãos a virem aqui. Mesmo na Zona Norte, nós vimos que existe toda uma legislação que exige normas de controle, que não é seguida; a própria Secretaria de Segurança não segue essas normas, não exige seu cumprimento. Então, que possamos fazer uma reunião na nossa Comissão - já temos a aquiescência do Ver. Carlos Todeschini -, para que essa questão possa gerar desdobramentos oficiais nesta Casa.

Parabéns; seja sempre bem-vindo aqui, pois vocês sempre têm trazido importantes contribuições. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): O Ver. Bernardino Vendruscolo está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Prezado Evandro Vargas dos Santos, Presidente da Federação Profissional dos Trabalhadores em Segurança Privada do Estado do Rio Grande do Sul, pois eu vou lhe falar que fui registrado na Suvipar - na época em que era Suvipar -; trabalhei oito anos na vigilância. Depois de muitos anos, eu posso dizer que tenho mais ou menos trinta anos de trabalho, diretamente como empregador e prestador de serviço na área de condomínios.

Primeiro, eu quero elogiar o senhor e a sua classe por buscarem a qualificação profissional e defenderem o seu quinhão - isso é justo, é sagrado, mas muitas coisas não se resolvem, hoje, tenho certeza absoluta. Então, não se trata deste Governo, mas da situação em que estamos vivendo em razão da nossa legislação trabalhista. E eu não falo nem dos encargos trabalhistas, que são violentos. Eu não sei quantos condomínios, em Porto Alegre - num universo de 14 mil condomínios - contratam vigilantes, dado o seu custo. A maioria, talvez 90%, contrata o serviço de portaria - que é um outro Sindicato, com outra base salarial - por questões econômicas; não há dúvida disso. Certamente, se contratassem os vigilantes profissionais, da forma como os senhores estão tratando e qualificando, nós teríamos, na média, no geral, no contexto, uma melhor segurança, uma melhor qualificação profissional; os técnicos, certamente, serão melhores, mas, enquanto nós não mudarmos a legislação trabalhista, não há como reverter a situação que nós estamos vivendo. Infelizmente, esses que fazem segurança privada nas ruas, nos bairros de Porto Alegre, estão sobrevivendo. E, se os senhores não são contratados, tenham certeza de que é pelo custo e pela insegurança da atual legislação trabalhista, que eu espero um dia ver resolvida.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): O Ver. Ervino Besson está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. ERVINO BESSON: Meu caro Presidente, Ver. Luiz Braz; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, em nome da Bancada do PDT, nós queríamos fazer uma saudação muito especial, muito carinhosa, ao Sr. Evandro Vargas do Santos, Presidente da Federação Profissional dos Trabalhadores de Segurança Privada do Estado do Rio Grande do Sul. Sem dúvida nenhuma, o assunto número um das comunidades, hoje, Evandro, é a insegurança - é o assunto número um -, e V. Sa. traz, hoje, esse assunto a esta Casa, que é a Casa do Povo. Eu, em nome da Bancada do PDT, quero parabenizar  Vossa Senhoria. É o início de uma caminhada árdua, Evandro, muito árdua e muito dura, mas temos certeza de que a sua luta, juntamente com o grupo que faz parte da Federação, conseguirá trazer alguns alívios para as nossas comunidades. Digo isso, porque é um assunto do dia-a-dia das comunidades. Acho que essa caminhada - pelo menos esta Casa os recebe aqui, hoje, com muita alegria - vocês vão ter que estender às comunidades, conversar com as associações de bairro, conversando com as lideranças da comunidade. Vocês têm todo esse preparo para colocar às comunidades as preocupações de vocês, porque um homem que não está preparado para dar segurança nem sequer a si próprio vai estar preparado para dar segurança às comunidades? Quem sabe lá, vamos unir essas forças - a Câmara Municipal, a Federação, vocês e as comunidades -, para que a gente possa, pelo menos, aliviar essa tensão? Acontece comigo lá em casa, enquanto a minha filha e o meu filho voltam da faculdade; é um problema, é aquela preocupação!

Então, parabenizo, mais uma vez, V. Sª., e tenho certeza de que vocês podem contar com a luta de todos aqui - a Bancada do PDT, assim como toda a Casa, conforme os pronunciamentos dos Vereadores que V. Sa. ouviu aqui -, para que as comunidades consigam ter umas horas um pouco mais tranqüilas, principalmente à noite, quando os filhos vão estudar. Um abraço a Vossa Senhoria.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Os nossos agradecimentos à presença do Sr. Evandro Vargas dos Santos, da Federação Profissional dos Trabalhadores em Segurança Privada do Estado do Rio Grande do Sul, aos nossos amigos da Força Sindical, porque a Federação está filiada à Força Sindical; todos são muito bem-vindos a esta Casa do Povo.

Quero dizer que esta Casa sempre é parceira, Sr. Evandro; a Casa, como Instituição, é parceira nessa luta que vocês empreendem, porque nós reconhecemos que, se vocês conseguirem fazer com que toda essa vigilância seja uma vigilância legal, que ela possa, realmente, ter profissionais bem preparados nas ruas de nossa Cidade, com certeza absoluta, nós vamos favorecer bastante essa sociedade que nós representamos. Então, essa luta dos senhores é uma luta que deve ser também nossa. Portanto nós estamos juntos, e queremos cumprimentar você, toda a sua entidade e todos os vigilantes legais por estarem realmente lutando, para que nós possamos ter uma melhor segurança aqui em nossa Cidade. Um grande abraço.

Vou suspender os trabalhos, para que os Srs. Vereadores possam se despedir do Evandro, e, depois, prosseguimos com a Sessão.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 14h50min.)

 

O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz - 14h52min): Estão reabertos os trabalhos.

O Ver. Elói Guimarães está com a palavra para um Requerimento.

 

O SR. ELÓI GUIMARÃES (Requerimento): Retomados os trabalhos, Presidente, requeiro a V. Exª a inversão da ordem dos trabalhos. Consta no período de Comunicações uma homenagem ao 30º aniversário da Procuradoria-Geral do Município de Porto Alegre. Então, pediríamos que se fizesse a inversão, para que possamos, imediatamente, entrar em Comunicações.

 

O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Em votação o Requerimento de autoria do Ver. Elói Guimarães. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

Passamos às

 

COMUNICAÇÕES

 

O Ver. Nereu D'Avila solicita Licença para Tratamento de Saúde na data de 4 de maio de 2006.

 

(Foi apregoado Requerimento de licença do Ver. Nereu D’Avila e dada a posse ao Suplente, conforme consta na Ata.)

 

Hoje, este período de Comunicações é destinado a assinalar o transcurso do 30º Aniversário da Procuradoria-Geral do Município de Porto Alegre, nos termos do Requerimento de autoria do Ver. Elói Guimarães.

Convidamos para compor a Mesa: a Drª Mercedes Rodrigues, Procuradora-Geral do Município de Porto Alegre; o Dr. João Batista Figueira, Procurador-Adjunto do Município de Porto Alegre; o Dr. Edmilson Todeschini, Presidente da Associação dos Procuradores do Município de Porto Alegre.

O Ver. Elói Guimarães, proponente desta homenagem, está com a palavra.

 

O SR. ELÓI GUIMARÃES: Sr. Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Em 5 de janeiro de 1925, pelo Ato nº 233, foi criada a Procuradoria Municipal, com atribuições singelas, como a de preparar e minutar contratos à municipalidade, prestar informações.

Em 1955, foram reorganizados seus serviços. Posteriormente, ela teve, pelo Decreto nº 3865, de 30 de janeiro de 1969, consolidada a sua estrutura.  E, no dia 3 de maio de 1976, pela Lei Municipal nº 4120, a Procuradoria-Geral do Município - PGM - adquiriu status de Secretaria. Essa foi uma breve cronologia histórica, apenas para dar alguns dados, quando a Casa homenageia o 30º aniversário da Procuradoria-Geral do Município.

Quero dizer, Sr. Presidente, Vereadores, Procuradores e Procuradoras, que o princípio da legalidade é conditio sine qua non aos demais princípios que estruturam o Estado de Direito Democrático. Nós estamos aqui a fazer afirmações óbvias, tal a importância da legalidade para o século: a legalidade domina as instituições. Nós poderíamos dizer que vivemos a era da legalidade, a era da lei. Não há salvação fora da lei. O fato e o ato têm de estar dentro da lei. Em síntese, nós queremos destacar aqui a importância que tem a função daquele que opera com a lei. A Procuradoria-Geral do Município de Porto Alegre tem um papel relevantíssimo no processamento institucional e na operação administrativa do Município; é consultora do Município e, perante o Judiciário, lá está representando o Município.

Consultoras, portanto, gestoras também de uma série de assuntos ligados à legalidade, as Procuradorias ganharam o papel relevante que possuem hoje, e a Procuradoria-Geral do Município de Porto Alegre, ao longo da sua história, vem tendo um papel extremamente importante no zelo e nos cuidados da Administração Pública deste Município.

Portanto, esta data, Presidente, não poderia passar in albis, sem deixarmos de sinalizar para os Anais da história da Casa este momento em que a Procuradoria registra o seu 30º aniversário.

A Procuradoria vem experimentando avanços. Eu tenho tido a oportunidade de estar junto com a Procuradoria, e quero também - sei que o faço em nome de todos os Procuradores e Procuradoras - agradecer à Câmara pela sensibilidade, pela compreensão que tem tido com o papel importante que desempenha a Procuradoria, que desempenham os seus Procuradores e as suas Procuradoras.

Então, ao longo do tempo, ela vem, aos poucos, se reequipando para exatamente atender ao interesse da sociedade, ao interesse da população, através da sua atuação não só perante o juiz, mas, de resto, na observância, na assessoria, na consultoria, aos problemas referentes à legalidade e constitucionalidade dos atos e negócios da Administração.

Nós tivemos, no ano passado, atendida uma velha reivindicação dos Procuradores Autárquicos, dos Assessores Jurídicos que atuam na Procuradoria, aos quais foi estendido o tratamento dos Procuradores a estas Procuradorias, enfim, a estas Assessorias. Por outro lado, a GIT - Gratificação de Incentivo Técnico -, nasceu dentro da Procuradoria, que, depois, se estendeu para o conjunto do Município, para o conjunto técnico do Município. É lá na Procuradoria que se desenvolvem todos os estudos, para que se adote essa providência, no sentido de dotar melhor as condições dos Procuradores. Por outro lado, nós fizemos inscrever na Lei Orgânica do Município de Porto Alegre, que responderá pela Prefeitura, na ausência do Prefeito, do Vice-Prefeito e do Presidente de Câmara, o Procurador-Geral. Isto porque, efetivamente, a Procuradoria, na pessoa do o seu Procurador, carrega responsabilidades pesadas no que diz com a legalidade, com a questão de constitucionalidade dos atos do Município. Instituímos, aqui na Casa, o dia 4 de junho, que é o Dia do Procurador Municipal e do Assessor Jurídico, o reaparelhamento, no ano passado, também, da Procuradoria, por meio da Lei nº 9.877.

Então, nós queremos cumprimentar, enfim, todos os Procuradores e Procuradoras, cumprimentar os Procuradores-Gerais da Procuradoria e a Dr.ª Mercedes pelo trabalho que tem feito à frente da Procuradoria, sempre preocupada com as questões ligadas aos Procuradores e Procuradoras. Quero cumprimentar o Sr. Edmilson Todeschini, e, em o cumprimentando, estou a cumprimentar toda a Diretoria da Associação dos Procuradores e os ex-Presidentes; também já fui, Edmilson, Vice-Presidente da Associação dos Procuradores do Município de Porto Alegre.

Então, é toda uma cadeia, é toda uma tessitura que vem fazendo a Procuradoria por meio do seu corpo altamente especializado, pois os Procuradores do Município de Porto Alegre gozam de prestígio nacional pelo preparo profissional e técnico. Enfim, é todo um conjunto, é todo um labor que se faz com o Procurador-Geral, no caso a Procuradora-Geral, a Associação, os Procuradores. Então, é um verdadeiro espírito coletivo que reina na Procuradoria, na sua Associação, no sentido exatamente de melhorar as condições profissionais e atender a esse item fundamental, que é velar pela legalidade; isso está nas mãos da Procuradoria.

 

O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Vereador, seu tempo se encerra.

 

O SR. ELÓI GUIMARÃES: Sr. Presidente, vênia; e peço a V. Exª tolerância,  para que possa conceder os apartes que me foram pedidos  tempestivamente.

 

O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Pois não, Vereador.

 

O Sr. Ervino Besson:  Ver. Luiz Braz, sempre pronto a atender aos apelos desta Casa, sou grato a V. Exª, e parabenizo o Ver. Elói Guimarães por essa brilhante iniciativa. Queremos saudar a Dr.ª Mercedes, o Dr. Batista, o Dr. Edmilson, e, ao saudá-los, queremos estender esta saudação a todos os Procuradores e Procuradoras do Município. Que Deus dê muita saúde, muita luz para vocês por essa responsabilidade como órgão que auxilia e presta esse relevante trabalho para o nosso Município, inclusive orientando as pessoas. Parabéns e muito carinho que a Bancada do PDT deseja a vocês.

 

O Sr. Raul Carrion: Exmo Ver. Elói Guimarães, em primeiro lugar, quero parabenizá-lo pela iniciativa que nos propicia de vir prestar uma homenagem à Procuradoria-Geral do Município. 

Quero saudar o Dr. Figueira, a Dra. Mercedes, o Sr. Todeschini e dizer que o trabalho que a Procuradoria exerce é extremamente importante. Nós, na CUTHAB, durante muitos anos, contamos com a parceria desse órgão, inclusive para enfrentar problemas de moradia popular, despejos, assim por diante, contribuindo. Às vezes, estamos de outro lado, porque a área é do Município, mas, em geral, o diálogo é frutífero, e a Procuradoria tem demonstrado a sua capacidade, a sua preparação. Parabéns; que esta data se repita por muitos anos ainda.

 

O SR. ELÓI GUIMARÃES: Ver. Carlos Todeschini, que é irmão do Presidente da Associação, Edmilson Todeschini.

 

O Sr. Carlos Todeschini: Obrigado, Exmo Ver. Elói Guimarães, e cumprimento também, em nome da nossa Bancada - Verª Margarete Moraes, Ver. Adeli Sell, Ver. Aldacir Oliboni, Verª Maria Celeste, Ver. Carlos Comassetto -, o Dr. João Batista, a Dra. Mercedes, o Dr. Edmilson. Quero dizer que esta homenagem é muito justa, dada a qualificação e o profissionalismo, que é característica dos nossos Procuradores, do nosso corpo jurídico municipal.

Tive a grata experiência de estar, por várias vezes, no DEP, na Assessoria do Prefeito, na Direção-Geral do DMAE, e sempre muito bem amparado e confortado pela qualidade técnica e jurídica do nosso corpo funcional. Cumprimento todos os presentes aqui, porque são merecedores dos mais nobres elogios. E parabéns a V. Exª pela manifestação.

 

O Sr. José Ismael Heinen: Agradeço a oportunidade e parabenizo V. Exª, Ver. Elói Guimarães; eu não poderia deixar de cumprimentar a nossa Procuradora, Dra. Mercedes Rodrigues, juntamente com o Dr. João Batista Figueira, Dr. Edmilson, os funcionários da PGM, porque é uma homenagem válida, altamente qualificada, importante, justa. Eu acho que é na PGM que está a confiança do Prefeito; está, digamos assim, a seletividade de uma Administração Pública.

Leve, em nome do Partido da Frente Liberal - em particular, em nome deste Vereador -, Dra. Mercedes Rodrigues, os nossos reconhecimentos, os nossos parabéns; e transmita a nossa homenagem, também, ao nosso Prefeito José Fogaça. Muito obrigado pela oportunidade.

 

O Sr. Cassiá Carpes: Ver. Elói Guimarães, quero aproveitar a oportunidade da feliz idéia do colega em homenagear a Procuradoria-Geral do Município e quero, aqui, ser testemunha do meu trabalho na SMOV, o qual foi muito bem realizado em parceria com a PGM, um trabalho excepcional. Vejo aqui a Procuradora Leila, a quem parabenizo; fomos bons companheiros, fizemos muito bons trabalhos.

Portanto o nosso reconhecimento de que a parceria é muito importante, mas, sem a Procuradoria-Geral do Município, é quase impossível fazer essa parceria, pela qualidade desse trabalho tão bem comandado por V. Sa. Muito obrigado; parabéns. E, Ver. Elói, meus parabéns também pela homenagem.

 

O Sr. João Bosco Vaz: Ver. Elói, parabéns pela iniciativa; Presidente Braz, Drª Mercedes, João Batista, é uma homenagem merecida, reconhecida, e vou nessa linha do Ver. Cassiá. Eu fui um implacável dependente da Procuradoria do Município, quando Secretário de Esportes, Recreação e Lazer, e não houve um único momento em que a senhora, Dra. Mercedes, o Dr. João Batista e os Procuradores e Procuradoras deixassem de nos atender, de nos incentivar e de resolver as situações que são muitas. E os Procuradores, Ver. Elói - V. Exª, que foi um Procurador -, estão sobrecarregados de processos, de trabalhos, de pendências, e isso qualifica ainda mais a vida profissional de todos eles e da Procuradoria. Parabéns e muito obrigado.

 

O SR. ELÓI GUIMARÃES: Bem, Presidente, encerro apenas para dizer que nós ficamos extremamente honrados em poder, aqui, destacar alguns aspectos dessa área fundamental da Administração, que é a Procuradoria do Município, que presta relevante serviço à Administração e à Cidade. Portanto, à Procuradoria, aos seus Procuradores, Procuradoras, Procuradora-Geral, a nossa homenagem e gratidão pelo muito que têm feito na defesa dos interesses maiores do Município de Porto Alegre. Obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): O Ver. Claudio Sebenelo está com a palavra em Comunicações, por cedência de tempo do Ver. Dr. Goulart.

 

O SR. CLAUDIO SEBENELO: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Quero fazer uma saudação especial ao Ver. Elói Guimarães não só pela iniciativa, mas pelas suas origens, porque ele é o verdadeiro Patrono desta homenagem; mais do que isso, é um advogado, um Procurador, e, aqui na Casa, traz uma contribuição extraordinária à Comissão de Constituição e Justiça,  onde tive a satisfação de trabalhar lado a lado com o amigo e aprender em caráter permanente.

Apesar dos pesares, tive a felicidade de comparecer a um ato que mexeu com o Brasil inteiro na quinta-feira passada, que foi a posse de uma das mais importantes figuras da nacionalidade - e, não por acaso, mulher -, a Dra. Ellen Gracie Northfleet, gaúcha de coração, nascida no Rio de Janeiro, mas aqui fazendo toda a sua formação, e toda a sua brilhante formação até chegar ao Supremo Tribunal Federal, e, numa festa inesquecível, assumir a Presidência do Poder Judiciário Brasileiro, num momento de extraordinária solicitação pela crise moral, pela crise de conivência com a corrupção, com a criminalidade, com a imoralidade.

Pois, ilustre Drª Mercedes, havia um certo ambiente de euforia no Supremo, em Brasília, havia uma sensação de um país grande, na medida em que os oradores se seguiam, com a retidão de sua coluna vertebral, com a dignidade do seu discurso, todos eles unânimes em ressaltar a importância do Judiciário como solução dos problemas que assolam, que cupinizam as estruturas mais íntimas do Executivo, do Legislativo, e, muitas vezes, do Judiciário. E o que mais chamava a atenção, paradoxalmente, era a discrição da nova Presidente. E como uma mulher discreta, ela chamou a atenção pela sua discrição, em não fazer nenhuma promessa mirabolante.

Mas temos a certeza, e todas as pessoas de lá saíram com esta certeza: de que este País vai mudar, e vai mudar para melhor com a presença de um Judiciário muito mais forte, com muito mais compreensão para os problemas da nacionalidade; um Judiciário atento, enérgico, sem perder a austeridade e sem perder o sentido da justiça; justiça tão buscada, especialmente no País da injustiça, onde os menos aquinhoados são sempre, sob todos os pontos de vista, sejam antropológicos, sociológicos, jurídicos, sociais, injustiçados. Esse sentimento,  até com uma certa euforia, começou a se disseminar por uma imensa platéia e, certamente, vai-se disseminar pelo País inteiro, nesse exemplo que vem de cima, que vem de uma mulher. E os exemplos vindos de cima sempre foram os piores, os mais injustos e os menos comprometidos com a moral.

Então, Drª Mercedes, mutatis  mutantis, gostaria muito de assinalar que, há 30 anos, um grupo de Procuradores, um grupo de funcionários municipais é o último reduto de justiça, de defesa de um Estado que necessita ser defendido, porque, na sua síntese, ele é o somatório de toda uma população, ele é a face do inconsciente coletivo do munícipe e necessita ser defendido e defendido com qualidade, com precisão, com dignidade, com justiça. E isso nos momentos em que uma cidade como Porto Alegre ainda tem uma dívida ativa insuportável, ainda que precise, como desafio maior na busca do equilíbrio orçamentário, também fazer justiça no pagamento dessas dívidas, na solução dessas equações insolúveis, muitas vezes infindáveis, especialmente morosas. Não só no aspecto financeiro, a ação da Procuradoria também é decisiva na oleosidade da mecânica de funcionamento de um Poder que fala diretamente, do qual a população de Porto Alegre depende diretamente como uma das maiores responsabilidades, seja no seu desempenho político, seja no seu desempenho técnico.

E é por isso que, hoje, eu reparto um pouquinho dessa grande euforia nacional pela presença de uma mulher, Dra. Mercedes, com a presença desta mulher valiosa, desta mulher corajosa, desta mulher inovadora, desta mulher discreta que temos na Procuradoria, fazendo um trabalho magnífico. Eu quero fazer, inclusive, nesta homenagem à Procuradoria, pelos seus 30 anos, este elogio à sua presença, principalmente à sua postura e ao seu denodo, muitas vezes enfrentando borrascas que podem, inclusive, afogar um Poder, mas que, com altanaria, com a postura e com exemplos dados aos seus comandados, nós temos, hoje, nesta festa, a felicidade de dizer que esses 30 anos são 30 anos de construção, 30 anos de acúmulo de respeito da população de Porto Alegre por essa Instituição, pela Procuradoria. E, se algum Poder quiser medir o prestígio, o respeito, o reconhecimento da população e, principalmente, a importância dessa Instituição junto à cidade de Porto Alegre, nós vamos encontrar na Procuradoria, indiscutivelmente, neste momento, uma das maiores lideranças e um dos maiores exemplos de crescimento, de progresso e de esperança das populações mais pobres, de confiança numa administração que, certamente, em muito pouco tempo, vai se consagrar, e a Procuradoria é, indiscutivelmente, um emblema, um distintivo dessa consagração. Meus parabéns. (Palmas.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE  (Dr. Goulart): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente; minha cara amiga, Drª Mercedes Rodrigues, Procuradora-Geral do Município de Porto Alegre. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) A reunião deste momento tem o objetivo de saudar a passagem dos 30 anos da Procuradoria-Geral do Município, e eu tenho a honra de falar em nome do meu Partido, o Partido Progressista, também constituído, nesta Casa, pelos Vereadores João Carlos Nedel e Mônica Leal, e também em nome do PMDB, cujos integrantes, neste Parlamento, são os Vereadores Haroldo de Souza, Bernardino Vendruscolo, Sebastião Melo e Ibsen Pinheiro.

Porto Alegre é uma cidade pioneira em muitas coisas. Em 1914, o Prefeito, aliás, o Intendente José Montaury criava a primeira Comissão do Plano Diretor, e o mesmo Intendente, em 1925, criava a Procuradoria do Município. Talvez outros Municípios do País não pensassem em tal, e os Prefeitos todos respeitaram sempre e utilizaram muito a Procuradoria - Prefeitos do porte e grandeza de um José Loureiro da Silva, de um Telmo Thompson Flores, que esteve aproximadamente por seis anos na Prefeitura; o Villela, oito anos, e criou a Procuradoria-Geral do Município.

Sou um servidor municipal - sempre afirmo - por vocação, formação e convicção; sou do tempo da Procuradoria, minha querida conterrânea e amiga Dra. Mercedes, apenas a Procuradoria do Município, onde despontavam Jorge Mello Guimarães, Rubens Santana, Roberto Meditsch, Nilo Ruschel, Mário Leitão, Carlos Maria Bins, Salvador Horácio Vizzotto. Tive o prazer de ser Assessor e Engenheiro ao lado de um Roberto Médici, Assessor Jurídico, mas Villela, na sua visão ampla, sentindo as necessidades da Prefeitura, criou a Procuradoria-Geral do Município com status de Secretaria, e o seu primeiro Procurador foi o Dr. Mauro Cunha, brilhante, como, aliás, os que o sucederam, pois também agiram com muito brilhantismo e com muita exação. Tive a satisfação de ter como Procurador-Geral Salvador Horácio Vizzotto, que há pouco tempo se aposentou como Desembargador do Tribunal de Justiça do Estado. Mas a presença da Procuradoria na Prefeitura muitas vezes tirou o Município de situações extremamente difíceis, e, muitas vezes, a agilidade com que os Procuradores atuaram fez com que os problemas não acontecessem.

Hoje, com enorme satisfação, vejo a minha conterrânea, a minha amiga Mercedes Rodrigues comandando a Procuradoria-Geral do Município. É competente, é séria, é responsável, tem contração ao trabalho e sabe que serviço público é para a realização do bem comum. É muito satisfatório dar um telefonema para a Procuradora-Geral do Município e receber a resposta; se não na mesma hora, em seguida ela passa a informação, e o Vereador aqui fica tranqüilo. Quero parabenizar o Ver. Elói Guimarães pela lembrança da passagem desses 30 anos e dizer que a Procuradoria do Município merece todo o nosso respeito pela sua atuação. Eu quero que o Prefeito sempre utilize a Procuradoria do Município para que alguns equívocos que eventualmente são cometidos não aconteçam.

Meus cumprimentos, mais uma vez, a todos os Procuradores do Município, em especial à minha conterrânea e amiga - Vacaria é a nossa terra -, desejando tanto sucesso. Saúde e PAZ!

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Obrigado, Vereador.

A Verª Clênia Maranhão está com a palavra em Comunicações, por cedência de tempo do Ver. Alceu Brasinha.

 

A SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, eu queria saudar, por intermédio da Dra. Mercedes Rodrigues, as autoridades que compõem a Mesa; queria saudar também as Procuradoras, os Procuradores que acompanham a justa homenagem que faz a Câmara Municipal de Porto Alegre à passagem dos 30 anos da Procuradoria-Geral do nosso Município.

Sr. Presidente, queria, inicialmente, parabenizar o Ver. Elói Guimarães por esta justa iniciativa. Gostaria de agradecer o Ver. Brasinha por me possibilitar a utilização deste tempo e iniciar, Sr. Presidente, fazendo aqui três confidências. A primeira delas é a respeito da minha relação pessoal e de admiração no que se refere à relação política que tenho com a nossa Procuradora-Geral, pois ela foi, durante muitos anos, minha chefe, e foi pelas suas mãos que eu iniciei a minha militância na área social, na luta pela implantação de políticas públicas na defesa da infância, fundamentalmente na defesa da primeira infância, em um momento em que a sociedade brasileira e mundial ainda não tinha tanta consciência quanto hoje do significado de uma política de atendimento às crianças de zero a seis anos.

Depois, eu queria dizer que a Procuradoria-Geral do Município - e eu nunca tive a possibilidade de dizer isto - tem uma importância muito grande na história do meu mandato, porque, quando assumi a Vereança nesta Casa, eu vinha de uma militância na sociedade civil, por meio do que hoje nós chamamos de “ONGs”. Portanto, o universo parlamentar, Ver. Elói Guimarães, e as suas exigências legais, eram, para mim, um universo completamente novo, e um dos instrumentos que me preparou, que me capacitou, que deu segurança para à minha atuação política foi, entre outras, a revista publicada pela Procuradoria-Geral do Município. Foi aí que eu aprendi, por exemplo, o significado dos projetos que tratam dos bens imateriais; foi aí que eu me aprofundei na temática relativa às questões urbanas e a tantos outros temas que têm de embasar tecnicamente, juridicamente, as decisões políticas dos nossos mandatos.

E muito recentemente, já no exercício da Liderança do Governo, pude conhecer mais o esforço do trabalho dos Procuradores, quando esta Casa discutiu e aprovou o Projeto de Lei de autoria do Executivo, já no Governo José Fogaça, referente ao Fundo de Reaparelhamento da Procuradoria.

Mas eu queria voltar à questão específica da Procuradoria, lembrando que esta é uma homenagem de 30 anos, e, como dizia Balzac, 30 anos é a idade da maturidade, e a maturidade é a idade da reflexão, é a idade das decisões maduras. Mas como eu e a Procuradora-Geral somos pós-Simone-de-Beauvoir, eu queria lembrar, Procuradora, que, além da maturidade expressa nas análises de Balzac, a Procuradoria é definida, femininamente, pelo artigo, e, portanto, somando-se à competência reflexiva dessa maturidade, há também a sensibilidade, a capacidade de atuação em múltiplos setores da sociedade. E neste momento, especificamente, em que o Brasil precisa tanto da reafirmação dos valores públicos, em que os agentes públicos necessitam, cada vez mais, serem reconhecidos pelas suas atribuições de servidores públicos, em que os conceitos da impessoalidade, da transparência, da capacidade técnica são, cada vez mais, necessários de serem explicitados, eu acho que a Procuradoria, dentre todos os segmentos dos setores públicos, até pela sua função precípua, é o órgão que melhor expressa essas necessidades do Estado Republicano.

Portanto eu queria encerrar, dizendo que foi um prazer - em razão da concessão do Ver. Brasinha - dispor desse tempo, e que, seguramente, aqui também expresso a vontade dos Vereadores da minha Bancada - Vereadores Paulo Odone, Elias Vidal, Professor Garcia -, o que me deu muita honra em poder expressar o que acho ser uma avaliação justa, porque é nada mais do que o reconhecimento ao trabalho competente e compromissado com as causas do nosso Município.

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Obrigado, Vereadora.

O Ver. Ibsen Pinheiro está com a palavra em Comunicações, por cedência de tempo do Ver. Bernardino Vendruscolo.

 

O SR. IBSEN PINHEIRO: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) O PMDB, através dos seus Vereadores - Vereadores Bernardino, Haroldo, Melo e este Vereador, que, neste momento, fala em nome de todos -, sente-se muito feliz em homenagear a Procuradoria-Geral do Município de Porto Alegre, pelo serviço que ela tem prestado, Dra. Mercedes, mas não posso desvincular esta homenagem da figura de Vossa Excelência, que traz uma bagagem pessoal, profissional e também de ativista política, que, certamente, ajuda a valorizar a Instituição, onde a visão profissional se completa com a visão do interesse público, resultante de uma noção política dos interesses da Cidade. 

A Drª Mercedes tem uma longa vida profissional, que a impôs ao respeito dos seus colegas, e dirige hoje uma instituição que, desde os tempos anteriores, Ver. Dib, da Assessoria Jurídica dos Prefeitos, se tornava visivelmente necessária, uma instituição que tivesse a independência funcional para conduzir a defesa dos interesses do Município judicialmente, ou fora dele, onde a orientação jurídica fosse necessária e exigida.

Por isso, o PMDB se sente feliz de poder agregar-se a esta festividade que assinala o transcurso do 30º aniversário da Procuradoria-Geral do Município de Porto Alegre. Parabéns a seus dirigentes, aos dirigentes classistas da Entidade e parabéns ao Município de Porto Alegre.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Obrigado, Vereador.

Convido o Ver. Elói Guimarães a proceder à entrega do Diploma alusivo a esta solenidade à Procuradora-Geral do Município, Drª Mercedes Rodrigues.

 

(Procede-se à entrega do Diploma.) (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): A Drª Mercedes Rodrigues, Procuradora-Geral do Município de Porto Alegre, está com a palavra.

 

A SRA. MERCEDES RODRIGUES: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sras Vereadoras. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) A nossa primeira palavra é de agradecimento em nome da PGM, em nome de seus servidores, de agradecimento a esta Casa, a representação maior do povo de Porto Alegre, e daí o agradecimento mais efusivo ainda, porque a significação deste Ato é das maiores. E, neste agradecimento, o destaque especial àquele que já foi chamado de nosso Patrono pelo Ver. Sebenelo, o Ver. Elói Guimarães, que teve essa idéia e que não nos vexamos de dizer: idéia muito justa de homenagear a Procuradoria-Geral do Município.

O agradecimento vai também, em especial, a todos os Vereadores desta Casa e, expressamente, a cada um dos oradores que tiveram o condão de nos comover, e creio que aos nossos Procuradores e Assessores também, dado o grau de identificação com os princípios, com os postulados e com o trabalho da Procuradoria: o Ver. Elói Guimarães; a Verª Clênia Maranhão; o Ver. João Dib, meu conterrâneo; o Ver. Cassiá e o Ver. João Bosco Vaz, ex-Secretários;  o Ver. Raul Carrion; o Ver. Carlos Todeschini; o Ver. Claudio Sebenelo e o Ver. Ervino Besson, todos trazendo, aqui, algo que, imorredoramente, nós agradeceremos.

A nossa segunda palavra é de identidade, de identificação, sim, com o conteúdo dos discursos de alta profundidade que aqui foram emitidos, desde a reflexão sobre os destinos desta República à dignificação que é o ser funcionário público, o ser procurador, o dirigir e liderar uma instituição do porte, da responsabilidade e do arcabouço constitucional que é a PGM, a identificação com o discurso dos Vereadores que aqui falaram, que, tenho certeza, expressaram o pensamento maior desta Casa.

Homenagear a Procuradoria, minhas senhoras e meus senhores, homenagear a Procuradoria, meu Presidente, Ver. Dr. Goulart, é falar, é lembrar do trabalho, da dedicação e da competência dos seus Procuradores e dos seus servidores.

Homenagear a Procuradoria é lembrar da condição constitucional, orgânica e legal do órgão de defesa do Município de Porto Alegre.

Homenagear a Procuradoria é lembrar que, de acordo com a nossa Lei Orgânica, a advocacia geral do Município é a atividade inerente ao princípio da legalidade, e é representada e exercida pela Procuradoria-Geral do Município.

Homenagear a Procuradoria, meu caro Presidente, Edmilson Todeschini, é lembrar da importância e da responsabilidade da representação corporativa dos Procuradores e Assessores Jurídicos do Município, exercida hoje na sua Presidência e na sua Diretoria.

Homenagear a Procuradoria é poder dar um retorno imediato ao Ver. João Dib e aos demais Vereadores, representantes do povo de Porto Alegre, quando demandam algo relativo ao Município, endereçado à Procuradoria, porque nós somos Procuradores, nós temos que procurar, sim, constantemente e com a maior fidelidade possível, alcançar o bem comum. E o bem comum e o interesse público só são realizados quando pessoas de bem, quando servidores públicos e do público se unem para prestar esse serviço.

Homenagear a Procuradoria é simplesmente cumprirmos o nosso dever. E por isso, todas as referências à dedicação dos seus servidores nunca serão demasia. Mas demasia, quiçá, pode ter sido a fala dos meus amigos Vereadores, todos eles, realmente, trazendo aqui um pedaço, um retalho da nossa vida particular, profissional, pública, política, funcional e jurídica, lembrando de que temos, sim, um exemplo, hoje: o exemplo no mais alto mandato jurídico de uma mulher neste País, gaúcha de coração, que é a Ministra Ellen Gracie, com quem dividimos, durante muito tempo, as responsabilidades na defesa da União – eu, na Auditoria da Fazenda Federal, e ela como Procuradora da República. Muito discutimos, em várias oportunidades, sobre qual o melhor encaminhamento dessa defesa, e hoje me identifico, mais uma vez, nesta carreira belíssima e enriquecedora da Ministra Ellen Gracie, sim, mas, diria também, da nossa, porque estamos à testa da Procuradoria-Geral do Município, e, de acordo com a nossa Constituição, o Município não é uma entidade menor; o Município é uma entidade da Federação, tanto e quanto é a União, tanto e quanto são os Estados da nossa Federação.

Portanto, meus queridos Procuradores e Procuradoras do Município de Porto Alegre, nós temos uma partícula dessa grande importância na Federação brasileira, que é defender o Município de Porto Alegre. E essa defesa nos traz muitas satisfações, Ver. João Dib; ela nos traz muitas alegrias, Ver. Adeli, porque já, neste Governo, tivemos a satisfação de obter uma vitória importantíssima para o Município de Porto Alegre, que foi a liberação de um bloqueio que, indevidamente, a União exercia, através da Secretaria do Tesouro Nacional, com relação a verbas devidas ao Município de Porto Alegre, por uma inscrição indevida com apontamento do Município. Através do trabalho da Procuradoria, dos nossos Procuradores, obtivemos essa vitória, que se expressa de uma maneira muito concreta: na liberação de recursos para a construção daquelas casas populares do Programa Entrada da Cidade - é uma coisa muito concreta. Portanto os lineamentos da Justiça e o trabalho da Procuradoria, por mais teóricos que sejam - e jurídico-legal -, se expressam em coisas muito concretas.

Mas a Procuradoria não nasceu na minha gestão, não nasceu na gestão do Governo José Fogaça; muita coisa aconteceu antes, muita conquista foi feita pelos Procuradores e construída, palmo a palmo, pelos nossos funcionários. Foi assim que a Procuradoria conseguiu, como o primeiro reivindicante dessa isenção, a isenção para o Município do desconto sobre operações financeiras, e o CPMF, da Contribuição da Movimentação Financeira, à época da sua instituição, quando se queria fazer incidir sobre os depósitos bancários as movimentações financeiras e os financiamentos recebidos pelo Município.

Qual é o conteúdo matemático-financeiro disso? Não temos essa quantificação, mas cada Vereador poderá aquilatar o que isso representa para o Município em termos de economia, em termos de se poder aplicar esse valor em benefícios à população de Porto Alegre.

Da mesma forma, outra coisa tão concreta foi a regularização imobiliária daquela área destinada ao Distrito Industrial da Restinga - trabalho da Procuradoria. E assim nós poderíamos elencar tantos outros trabalhos que os Srs. Vereadores fazem aqui diuturnamente - Verª Clênia Maranhão, V. Exª, que é a Líder do Governo e que acompanha tão bem o esforço conjunto de Governo. Poderíamos aqui elencar centenas de vitórias que são a expressão desse trabalho sério, dignificante, legalista e constitucional dos nossos Procuradores, Assessores Jurídicos e Servidores da Procuradoria-Geral do Município.

Então, eu concluo esta fala, mais uma vez, com esta mensagem de agradecimento, de verdadeira gratidão, pelo reconhecimento, porque, se tudo é verdade, quanto ao valor que a Procuradoria tem, poderia faltar o reconhecimento. Mas o reconhecimento da Câmara nunca nos faltou nem faltará. E, neste momento, nós temos, mais uma vez, essa demonstração. E foi assim que começamos: agradecendo. E terminamos, mais uma vez, agradecendo aos Srs. Vereadores, aos Procuradores, a esta Casa, a todos os servidores, assessores que nos acompanham,  dizendo que o nosso agradecimento, neste momento, tem de ser explicitado, de uma forma absoluta, ao nosso Prefeito Municipal, que nos depositou essa confiança imensa, ilimitada até, de ser a representante judicial do Município de Porto Alegre em qualquer instância - nesta Cidade, neste País, em qualquer parte do mundo.

Muito obrigada. Obrigada, senhores. Toda a Procuradoria agradece. (Palmas.)

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Esta Mesa quer parabenizar o Ver. Elói Guimarães pela sua sensibilidade em fazer esta homenagem aos Procuradores, aos Assessores da Procuradoria, especialmente na representação da Drª Mercedes Rodrigues.

A Drª Mercedes Rodrigues trabalhou algumas horas com este Presidente, que se tornou Prefeito por alguns dias, e, no afã de continuar o trabalho da Saúde, este Presidente, Vereador e então Prefeito, queria mandar uma lei para a Câmara de Vereadores - uma vez que Executivo era -, fazendo com que todas as unidades básicas de Saúde desta Cidade colhessem o Papanicolau, o exame citopatológico, que é o detector da segunda causa de morte entre mulheres: o câncer do colo do útero.

Mas, aqui, quando eu quero fazer projetos mais arrojados, além da minha Assessoria Parlamentar, eu me socorro da nossa Procuradora da Casa, dos Procuradores da Casa, e não fiz diferente: mandei chamar a Procuradora-Geral no Gabinete do Prefeito. E lá chegou a Dra. Mercedes: “Doutor, a matéria é importante, o mérito é muito nobre, mas o senhor tem só algumas horinhas aí de Prefeito. Quem sabe a gente deixa para uma outra oportunidade, porque nós precisamos estudar melhor essa ação?” Naquele momento, eu entendi a proteção que o Procurador dá ao Executivo, ao Legislativo. E mais: a defesa que um Procurador faz da organicidade, da Constituição, das leis, e não foi diferente naquele momento, com a Drª Mercedes.

Eu entendi, e estou mandando, como Vereador, o mesmo Projeto para ser apreciado, e depois ser consultado pelo Executivo. E onde isso tudo aconteceu? Na Capital da Legalidade. A nossa Porto Alegre é, para o Brasil e para alguns lugares do mundo, a Capital da Legalidade.

Então, a nossa homenagem a todos aqueles que trabalham na Procuradoria, por zelarem pela legalidade, e, principalmente, a V. Exª, pelo seu carisma e pela orientação pacífica que dá às pessoas que lhe procuram. Parabéns. Parabéns, Elói Guimarães. Agradecemos todos os presentes, e está encerrada esta homenagem.

Estão suspensos os trabalhos para as despedidas.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 15h57min.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes - 16h03min): Estão reabertos os trabalhos.

O Ver. Adeli Sell está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. ADELI SELL: Cara Verª Margarete Moraes, na presidência dos trabalhos; colegas Vereadoras e colegas Vereadores, vou tratar de um tema estadual, mas que atinge diretamente Porto Alegre; eu trato do ICMS - Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços.

Porto Alegre - foi dito e comprovado para nós, nesta semana, na Comissão de Economia, Finanças, Orçamento e do Mercosul - perderá, neste ano, 20 milhões de reais. Sim, Verª Maria Celeste, é mais do que o Orçamento da FASC; Verª Sofia, é mais do que o Orçamento para crianças e adolescentes; Verª Maristela, Porto Alegre perderá 20 milhões de reais na arrecadação e devolução de ICMS pelo Governo do Estado; perderá, porque a Secretaria Estadual da Fazenda está sendo desmantelada; fecharam o posto fiscal de Guaíba, portanto, os produtos pirateados, contrabandeados, que vêm pelo Porto de Montevidéu, entram agora livremente na Capital dos gaúchos, sem pagar tributos, competindo com os nossos produtos, tirando os nossos empregos.

Porto Alegre tem um comércio pujante, crescem as vendas a cada ano. O último Liquida Porto Alegre cresceu 7% em vendas em relação ao ano passado, mas o retorno de ICMS, para Porto Alegre, diminui a cada ano.

Repito: neste ano, perderemos 20 milhões. Mas parece que esse não é um tema importante para muitos colegas Vereadores; afinal de contas, há tantas outras coisas, eu sei, há tantas outras coisas importantes como, por exemplo, a CPI da Biometria, boicotada pelo Governo; é uma vergonha o que está acontecendo! Eu poderia falar de outras coisas, mas que, sobejamente, estão sendo observadas pelas pessoas, pela imprensa de nossa Cidade.

Esse dinheiro estará faltando, Ver. Sebenelo, para arrumar o Postão, o PAM- 3, que está desmantelado, e não é de agora, faz tempo que não está bem, está pior, há outros problemas; não há funcionários, segundo alguns, para limpar as praças, que estão um horror.

As finanças da Prefeitura - façamos justiça; os dados estão aí - melhoram, porque foi apertado o torniquete, mas não pelo fato de termos conseguido arrecadar mais pelas vendas que aqui se fazem. Aqui há profunda sonegação. Os jornais hoje mostram que a SMIC desmantelou uma fabriqueta de DVDs ontem. Parabéns ao Secretário; eu sou daqueles que reconheço o que os outros fazem de bom, de positivo. Eu digo, aqui, quando é louvável, Ver. Sebastião Melo; é um Secretário do seu Partido, do PMDB. Já o Secretário Michelutti, que fugiu da raia, que abandonou a Secretaria da Fazenda, liquidou com a Fazenda! Submeteu-se a alguns interesses coorporativos. E mais: não faz uma ação, não tem uma volante para fazer fiscalização de ICMS em Porto Alegre. E foi dito que, ao fechar o Posto de Guaíba, nós teríamos volantes de fiscalização na cidade de Porto Alegre. Aqui é o paraíso dos pirateiros, aqui é o paraíso da sonegação, aqui a trambicagem tem vez e voz; não me calarei diante disso!

Nesta semana, estive com o Presidente Záchia, na Assembléia Legislativa, onde, com a Associação Comercial da Cidade de Novo Hamburgo, apresentamos uma proposição de cassação da Inscrição Estadual de ICMS para quem fizer falsificação, pirataria de produtos.

Portanto, minhas senhoras e meus senhores, como o tempo é curto, apenas cinco minutos, o povo precisa saber disso, e muita gente não vê esse canal de televisão; a imprensa, provavelmente, não cobrirá este discurso; eu estarei distribuindo milhares de folhetos com o título: “ICMS e o Atraso do Rio Grande do Sul”, dizendo não só o que eu penso, mas a realidade como ela é, sem enrolação. Obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Agradeço pelo pronunciamento do Ver. Adeli Sell.

O Ver. Aldacir Oliboni está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. ALDACIR OLIBONI: Nobre Presidenta, Verª Margarete Moraes; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, público que acompanha o Canal 16, eu queria dar seqüência ao que o Ver. Adeli Sell falou, sobre falta de compreensão, a falta de recursos, a falta de atenção a muitos dos programas desenvolvidos na cidade de Porto Alegre. E falo mais especialmente em relação à questão da Saúde. Vejam os senhores que a grande maioria dos cidadãos, quando se manifesta em relação ao atendimento médico, todos reclamam que os postos de saúde de Porto Alegre deixam muito a desejar. E a Comissão de Saúde e Meio Ambiente e este Vereador fizeram visitas a esses postos, e comprovamos tal fato.

Nós poderíamos falar aqui, se o Governo tivesse ampliado os serviços na idéia, na tentativa e no esforço de poder realmente priorizar a Saúde em Porto Alegre; pode até haver boa vontade do Secretário, mas, infelizmente, as questões internas do Governo acabam prejudicando a relação com os postos de saúde, com os Conselhos Distritais e Conselho Local.

Vejam, por exemplo, o que aconteceu na Região Leste de Porto Alegre, quando se discutia e se discute, ainda, atualmente, a municipalização dos postos de saúde da Região Leste, onde há cinco postos do Município e sete do Estado. É a única região que ainda tem sete postos de Saúde que pertencem ao Estado do Rio Grande do Sul, que, por sua vez, não faz nenhum programa de ampliação de atendimento e nem mesmo de recuperação das unidades de saúde. E,  cada vez que vamos lá, é aquele terror, é aquela informação que deixa muito a desejar. E nós ficamos revoltados - nós mesmos - por vivermos aqui discutindo, pedindo a solidariedade, e não há contrapartida.

Nesse sentido, foi aprovado, no Conselho Municipal de Saúde, no Conselho Estadual de Saúde, nos Conselhos Distritais, na Secretaria Estadual de Saúde e na Secretaria Municipal da Saúde, a municipalização da Região Leste, isto é, os sete postos de saúde do Estado viriam para o Município. Desde o ano passado; e, até agora, não foi assinado o contrato. É preciso que o Secretário Gus faça isso com urgência, para que nós possamos fazer a interlocução; o que nós queremos fazer é ajudar, o que nós queremos fazer é oportunizar, via verba municipal, via orçamento municipal, recursos para a recuperação dessas unidades.

Ao mesmo tempo, poderíamos falar da região Grande Cruzeiro. Ontem à noite, por exemplo, através de uma denúncia, a Comissão de Saúde e Meio Ambiente esteve lá, e a grande maioria das entidades ali representadas falava da falta de atendimento, da redução do quadro funcional, da demissão do interventor - o Marcelo Matias - e do abandono total das políticas implementadas naquela unidade.

Estamos, sim, profundamente preocupados, porque o Programa de Saúde Mental, por exemplo, daquela unidade, daquele PSF, está com inúmeras deficiências. E o relato dos profissionais daquele setor, daquele segmento, daquela unidade são profundamente chocantes.

Queremos, aqui, de uma certa forma, fazer um apelo ao Governo Municipal, para que volte a atenção ao setor, ao departamento da área da Saúde. E o Ver. Sebenelo não me deixa mentir; também estava presente, lá, ontem; a Verª Neuza Canabarro estava presente ontem; o Ver. Nedel estava presente ontem. O que nós ouvimos, ontem, da região Vila Cruzeiro, nos deixa muito tristes; é preciso que o Governo tenha uma ação que possa valorizar esses momentos tão importantes de discussão.

A Comissão de Saúde convocou o Governo Municipal, através da Secretaria da Saúde, e ela não se fez presente; na grande maioria das vezes, não se tem feito presente. E é disso que nós reclamamos. Reclamamos, por exemplo, também, do cumprimento do contrato do Hospital da Restinga, muito bem levantado aqui pelo Ver. Comassetto há muitas e muitas semanas. Levantamos aqui a reclamação de inúmeras consultas que não foram atendidas e nem oportunizadas na questão do Posto da Esmeralda, na Lomba do Pinheiro; há mais de um mês, ficaram para assinar o contrato, e, há mais de seis meses, o posto está fechado. E o acordo feito para locação de uma nova unidade foi fechado há mais de um mês, e esse contrato se encontra na Secretaria da Saúde e, até ontem, não havia sido assinado. Então, há mais de oito meses, a região do Posto Esmeralda, na Lomba do Pinheiro, está sem atendimento.

Nós queremos fazer um apelo à Secretaria da Saúde, para que não só se faça presente no Conselho Popular das Regiões de Porto Alegre, seja no Partenon, na Grande Cruzeiro, mas, principalmente, que se faça presente aqui nesta Casa para dar satisfação da falta de atendimento e da redução das consultas, de um modo geral, em Porto Alegre.

Fazemos o apelo para que o Governo se sensibilize, porque queremos, sim, ajudar, mas é preciso ter solidariedade nas nossas ações e nas reivindicações da comunidade. Obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes):  Passamos ao

 

GRANDE EXPEDIENTE

 

O Ver. Sebastião Melo está com a palavra em Grande Expediente, por cedência de tempo do Ver. Bernardino Vendruscolo.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Srª Presidenta, Verª Margarete Moraes,  nossa saudação carinhosa; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, inicialmente, quero dizer ao Ver. Aldacir Oliboni que nós achamos que o caminho da roça, em relação à Zona Leste, é a municipalização.

Em 1997, quando houve a municipalização em Porto Alegre, só essa região não foi municipalizada. Portanto estamos falando dos anos de 1998, 1999, 2000, 2004, 2005; então, este não é um assunto de agora, Ver. Oliboni.

O seu Governo teve a oportunidade de fazer a municipalização e acabou não fazendo também. Mas acho que nós avançamos.

Quando presidi a Comissão - V. Exª estava lá -, fizemos uma boa discussão; os conselhos aprovaram, mas V. Exª sabe que o que está pendente é a necessidade de dividir essas responsabilidades do ponto de vista da gestão. Acho que a Comissão de Saúde da Câmara poderia, junto com a Comissão de Saúde da Assembléia Legislativa, pautar esse assunto específico para uma discussão, porque o cidadão, a cidadã não quer saber se é federal, se é estadual ou se é municipal; quer saber se vai ter acesso ao serviço público.

Somos um País onde as pessoas têm direito a tudo. A Constituição brasileira dá direito a tudo ao cidadão, mas, entre o direito e o acesso, há uma enorme vala, muitas vezes intransponível para milhares de pessoas.

Por isso acho que é um bom assunto a ser debatido, mas, além de ser debatido, deve ser encaminhado e deliberado.

Quero também informar a esta Casa que, hoje, pela manhã, eu estive numa audiência com o Secretário da Fazenda, Dr. Cristiano Tatsch, que, de passagem, tem sido um Secretário operoso, extraordinário, tem aumentado a arrecadação do Município, tem sido um bom parceiro das lutas da Cidade. E eu fui lá discutir com ele a seguinte questão, Ver. João Dib, V. Exª, que é da Comissão de Economia: nós, no final de 2003, adaptamos, nesta Casa, a Lei do ISSQN, quando, à época, era Secretário da Fazenda o Dr. Ricardo Collar. Esse debate foi rico aqui, mas nós cometemos algumas falhas, e eu tenho dito, desta tribuna, que esta Casa, Srª Presidenta, precisa ter um gabinete de assessoria superior para atender as Bancadas em geral; tem de ter um bom tributarista, um bom Procurador, um advogado, para atender  todas as Bancadas. Eu olho as coisas que votei naquela Legislação - não vou dizer que não votei -, e vejo que elas precisariam ser melhor explicadas. Nós reduzimos, em determinados serviços, de 5% para 2%, a questão da Informática. Mas, hoje, segundo o Secretário - porque alardearam que, se fosse reduzido, aumentaria -, isso não aumentou e algumas categorias acabaram penalizadas, porque determinadas pessoas fazem um tipo de serviço e tiram outro tipo de nota para pagarem apenas 2% de imposto.

Nós precisamos, Ver. Dib, retomar este debate na Comissão, para estabelecermos para todos ou 2,5% ou 3%. O que não dá é o sujeito fazer um serviço na área de Informática, com imposto de 5%, e tirar uma nota, dizendo que o serviço é de uma outra área, com um imposto de 2%.

 

O Sr. João Antonio Dib: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Vereador, V. Exª diz muito bem, nós precisaríamos de um gabinete de planejamento. Já houve na Câmara Municipal, depois entenderam de desconstituí-lo para fazer outras funções. Mas está muito certo. Eu acho que, de vez em quando, nós também temos que baixar processo em diligência, para que o Executivo nos informe. E, no caso do ISSQN, este Vereador está fazendo isso.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Pois bem, vejam o seguinte: nós temos uma tarifa que vai de 2% a 5%, na área do ISSQN, e, na área de Informática, nós reduzimos alguns serviços nessa área, porque muitos desses serviços deixaram Porto Alegre e foram para outras cidades. Só que hoje essa questão está muito confusa; a própria Legislação que nós votamos aqui dá uma interpretação muito confusa, Ver. João Antonio Dib. Por isso eu quero, se V. Exª assim entender - posso peticionar -, chamar aqui a Secretaria Municipal, as entidades atinentes a essa matéria e, evidentemente, a partir desse esclarecimento, fazer as adequações que a Lei necessita para o bem da Cidade. Nós sabemos que os Municípios brasileiros - lamentavelmente todos eles, e Porto Alegre está dentro desse conjunto - receberam uma carga enorme daquilo que eu chamo de “prefeiturização” dos serviços públicos, mas o dinheiro não veio junto! Hoje os Municípios não chegam a ter 14% do que o Brasil arrecada em impostos, e os serviços são cada vez maiores para as Prefeituras. Então, a Prefeitura não pode abrir mão de Receita, mas eu sou daqueles que acha que deve ser ampliada a base de Receita, de arrecadação, e que a alíquota deve diminuir.

Nós tivemos uma demonstração que eu quero ver durante este ano; esta Casa aprovou, por exemplo, a redução na área da recuperação e recapagem de pneus, de 5 para 3%. Vamos ver o que vai acontecer este ano, porque o Sindicato dessa área prometeu, sim, trabalhar mais parelho com o Município, para demonstrar que, diminuindo a alíquota, não vai diminuir a arrecadação. Sei que é um ano de eleição, mas acho que a população está esperando da Câmara de Vereadores a retomada de um processo chamado revisão do Plano Diretor, Ver. Comassetto. Eu acho que nós precisamos trabalhar isso com a Mesa Diretora, com as Lideranças.

Havia um debate enorme sobre a Área de Interesse Cultural, Verª Margarete - V. Exª, que é dessa área -, e, na época, eu era Vereador de oposição, mas eu e o Vereador Beto Moesch fomos os únicos que votamos com o Governo para manter o Decreto do Executivo; porém, essa matéria, de uma hora para outra, saiu da Pauta. Eu acho que nós precisamos enfrentar, sim, a revisão do Plano Diretor. Se é que não queremos fazer, este ano, uma Comissão do Plano, pelo menos algumas questões pontuais precisam ser enfrentadas. Há alguns dias, visitei, lá na Zona Norte, perto do Hospital de Olhos, aquela comunidade que continua aguardando uma decisão sobre a definição, Ver. João Dib, de qual vai ser o traçado da radial e em que ruas. Acho que está na hora de retomarmos essa discussão, porque, de todas as questões da Cidade, o Plano Diretor é uma matéria que diz respeito ao futuro desta Cidade. Nós tivemos alguns avanços e alguns recuos. Concedo um aparte a V. Exª, que, gentilmente, cedeu-me o seu tempo.

 

O Sr. Bernardino Vendruscolo: Nosso Líder, Ver. Sebastião Melo, quero aproveitar o espaço para fazer um contraponto, citando o que relata, hoje, o jornal O Sul, na sua página 2, de que só depende do Governo do Estado o início da transferência das duas mil famílias das Vilas Dique e Nazaré, que impedem a ampliação da pista do Aeroporto Salgado Filho. O Governo do Estado ofereceu uma área para a Prefeitura, mas o Secretário Municipal, Clóvis Magalhães, e o Diretor-Geral do DEMHAB, Nelcir Tessaro, impugnaram a oferta. Os entendimentos entre o Governo Estadual e a Prefeitura estão intoleravelmente enterrados. Quero dizer que é de extrema irresponsabilidade do Sr. Magalhães e do Sr. Tessaro essa afirmação. Os que participaram das reuniões da CUTHAB, juntamente com os representantes da Vila Dique, confirmam isso, e eu gostaria que essa matéria publicada no jornal O Sul fosse reparada, sob pena de eu qualificá-los de forma diferente. Obrigado. 

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Ver. Bernardino, acho que o Governo do Estado e a Prefeitura devem, através dos seus representantes, imediatamente  encontrar uma solução, porque a transferência daquelas famílias é uma questão antiga da Cidade, que, lamentavelmente, vem-se arrastando.

Eu só quero finalizar, dizendo o seguinte: lamentavelmente, no Brasil, as pessoas não são mais importantes; as pistas de aeroportos são mais importantes. Aquelas famílias só estão sendo transferidas, porque há interesse em aumentar a pista; se não houvesse pista de aeroporto, lamentavelmente elas não seriam transferidas. Há em torno de 400 famílias morando naquela situação em Porto Alegre; essa é uma realidade do Brasil, mas é importante para o Rio Grande, é importante para Porto Alegre que se amplie a pista. Eu acho que essa obra só vai sair numa triparceria: Governo Federal, Governo do Estado e Governo Municipal. Portanto eu acho, Ver. Bernardino, que, com certeza, esses três entes vão se acertar a favor da Cidade e a favor das pessoas. Muito obrigado, Srª Presidenta.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Agradeço a manifestação do Ver. Sebastião Melo, e, sem querer causar nenhum reparo à sua fala, apenas quero relembrar  que o Ver. Claudio Sebenelo também votou a favor das Áreas de Interesse Cultural. Eu sei bem disso, porque o assunto sempre foi do meu interesse particular, além do Beto, do próprio Sebastião e da Bancada da então situação.

O Ver. Carlos Comassetto está com a palavra em Grande Expediente.

 

O SR. CARLOS COMASSETTO: Prezada Presidenta, Verª Margarete Moraes, colegas Vereadores e colegas Vereadoras, público que nos assiste, venho hoje utilizar este período de Grande Expediente para fazer uma reflexão da conjuntura internacional à conjuntura local.

Nós temos ouvido todos os noticiários da grande e da média imprensa escrita, falada, televisada, referindo-se à postura do Presidente Evo Morales, da Bolívia, que diz respeito aos contratos energéticos que tem com o Brasil. Convido os colegas Vereadores, Vereadoras e o público que nos assiste a fazer esta reflexão, e quero dizer, com muita tranqüilidade e muita clareza, que a Presidência da República, que o Presidente Lula é um Presidente que constrói e defende a paz internacional. À paz não há valor que possa ser pago. Não é o valor energético de alguns milhões de metros cúbicos de gás que pode provocar a possibilidade de a paz não ser tratada como merece, na América Latina, no Brasil e no mundo.

Vamos pegar a conjuntura internacional. Os Estados Unidos, por intermédio do Presidente George W. Bush, por muito menos, vêm construindo guerras neste planeta, com a invasão ao Afeganistão, com a invasão ao Iraque, e se propõem, neste momento, a fazer uma discussão imparcial sob o ponto de vista da nação islâmica do Irã, que cumpre os seus papéis internacionais e que busca fontes alternativas de energia. E a Presidência da República, neste momento, tem dito que, a qualquer preço, o Brasil vai manter a postura que tem tido com seus parceiros latino-americanos, como tem dito também que é verdade, foi e é um erro estratégico ter feito os contratos de energia do gás com a Bolívia da forma como foram feitos.

E quero recapitular aqui que isso foi feito há alguns anos em outras gestões, e o Brasil vem cumprindo todos os passos desse contrato internacional. Também existem os fóruns internacionais, para que possamos cobrar os direitos institucionais e constitucionais no campo internacional. Essa é a postura do Governo brasileiro; e creio que essa é a postura que nós temos que reproduzir em todos os momentos, inclusive agora, no último dia 13, quando Presidente da República veio ao Rio Grande do Sul, onde inaugurou o maior parque eólico do Brasil, que será o maior da América Latina como fonte alternativa de energia. Trago isso, porque o Brasil saiu da era dos apagões e veio para a era de construir energia, inclusive energias alternativas.

Neste momento, sobre o episódio da postura que o Presidente Evo Morales determinou, quero dizer que era uma postura pré-sabida por todos nós, porque ele defendeu, em nível internacional, que faria a estatização dos hidrocarbonetos. Portanto a nossa postura, neste momento, é de negociação. E lá estão, na fronteira tríplice, sentados, os Presidentes da América Latina, tratando desse ponto, porque a paz e as relações continentais estão acima de qualquer possibilidade de cobrança equivocada desse episódio.

Saio dessa conjuntura e faço um pouco da referência ao fato de o Presidente Lula só crescer nas pesquisas, e não decrescer -  a oposição não entende por quê. Primeiro, é por uma afirmação dos projetos nacionais que vem desenvolvendo. E eu poderia repetir todos eles aqui, sejam eles no campo do salário mínimo, que, hoje, no valor de 350 reais, é o maior ganho real de salário mínimo que já teve o trabalhador brasileiro nos últimos tempos. É suficiente? Não, é insuficiente. Esta é uma realidade. Se nós pegarmos os indicadores econômicos desses últimos três anos, todos eles são superiores aos indicadores econômicos que foram construídos nos oito anos que nos antecederam, portanto, na era FHC. E eu poderia citar um a um aqui. Ora, todos aqui reclamam que os juros são altos. É verdade, a casa dos 15% indica um valor alto, mas é o menor juro das últimas décadas! E basta lembrar que, quando assumimos, estava na casa dos 26,5%! Essas são as comparações que nós temos de fazer. Se nós pegarmos o risco-país, que hoje está na casa dos 200 pontos, ele estava lá na casa dos 1.500 pontos! Queremos diminuir, e devemos diminuir os juros; essa é a nossa próxima meta. Mas, para isso, temos de formar um campo de aliança, uma aliança nacional que nos permita, num próximo mandato, numa próxima gestão, construir.

E quero dizer, com muita tranqüilidade, que um dos nossos aliados prioritários, que foi aprovado no Encontro Nacional, do final de semana, em São Paulo - além dos Partidos que já compõem hoje a base de aliados - é o PMDB. Agora, não é o PMDB da greve de fome do Garotinho, convenhamos! Eu acredito que o PMDB não terá nenhuma condição política de continuar com esse candidato que aí está, digamos, com uma posição equivocada, desestruturada, desestabilizada! Como um candidato a Presidente da República faz greve de fome? É a primeira vez que eu ouço isso na história!

Portanto, nós precisamos construir, sim, uma aliança estratégica para continuar governando este País. E eu me refiro aos Partidos comprometidos; eu falo, aqui, daquelas pessoas historicamente comprometidas com as transformações sociais deste País, da época que comecei a militar na juventude do MDB - na época que havia Arena e MDB.

Mas nós podemos falar da conjuntura local. E aqui falava o meu antecessor, o Ver. Sebastião Melo, sobre a Saúde. O PMDB não pode cobrar muitas coisas da Saúde ou dizer que a atual gestão municipal da Saúde tem pouco tempo para melhorar ou piorar.

O Governo Germano Rigotto, nos últimos dois anos, não repassou um centavo para a Saúde pública do Município de Porto Alegre? Como é que o meu colega Vereador do PMDB vem aqui na tribuna querer fazer referência aos problemas de Saúde pública do Município? Todos nós sabemos que os seis postos de saúde que estão fechados significam um problema de gestão e capacidade administrativa da atual condução da Saúde do Município! Ontem, fechou mais um posto lá na Lomba do Pinheiro. Por que isso está acontecendo? Por que, estrategicamente, o Governo Municipal, através da gestão da Saúde, está fechando esses postos? E temos de fazer esse comparativo do Governo do Estado em relação às políticas municipais e à responsabilidade de gestão - não só do enfoque político.

Há poucos dias, o Coordenador da Secretaria da Saúde dizia que Porto Alegre não precisava mais de hospitais. Sob o meu ponto de vista e numa discussão política, essa visão é uma visão equivocada. Não precisaríamos mais de hospitais ou de leitos hospitalares, Dr. Sebenelo, se nós fechássemos as porteiras do Município. Mas, se continuar essa política de desestruturação da Segurança Pública, da Saúde e dos serviços pelo Governo do Estado, a demanda do Interior do Estado recai sobre Porto Alegre! E por que recai sobre Porto Alegre? Porque funciona a política da ambulancioterapia. É melhor comprar uma ambulância do que cumprir os gastos constitucionais do repasse de 12% que o Estado é obrigado, constitucionalmente, a repassar, e ele não repassa. O Estado deve, hoje, um bilhão aos cofres públicos, na Saúde. Por que essa Câmara de Vereadores, que é plural, não entra na Justiça contra o Governo do Estado, por estar prejudicando o Município no campo da Saúde?

E poderia falar sobre muitos outros temas aqui, Ver. Bernardino.

No dia 13 de dezembro, este Vereador que aqui lhes fala, junto com a CUTHAB, conduziu uma negociação, para que não fossem perdidos 9,8 milhões de reais que o Governo Federal estava repassando para a ampliação da pista do Aeroporto. Naquele momento, o Estado não pôde assinar - e o Município aceitou ser o portador dos recursos -, porque o Estado estava inadimplente em relação à Saúde. Agora, concordo aqui, neste momento, que é inadmissível que duas esferas, tendo o dinheiro público em caixa federal, não se acertem, para nós construirmos um dos maiores projetos que aí estão, que é a ampliação da pista do Aeroporto, com o reassentamento das 2.500 famílias.

Isso tem que ser discutido, sim, às claras. Esses temas de desencontros e de desmandos governamentais na relação Estado-Município têm que ser colocados em pauta aqui, seja no campo da Saúde, seja no campo da infra-estrutura, seja na ampliação da pista do Aeroporto, seja nas iniciativas que estão sendo desencontradas e trazendo prejuízo à cidade de Porto Alegre. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

(O Ver. Dr. Goulart reassume a presidência dos trabalhos.)

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores; o Ver. Comassetto elogiou bastante o Presidente Lula e relembrou o problema que o Brasil vive em razão de a Bolívia ter nacionalizado o petróleo.

E é muito oportuno que se leia um artigo de hoje, do Jornal do Comércio, do jornalista Orestes de Andrade Jr. O título é “O petróleo é nosso; a Petrobras não”. (Lê.): “Quem pensa ser a Petrobras uma empresa pública, do povo brasileiro, está enganado. Desde 1999, 40% das ações preferenciais (com direito à distribuição do lucro, mas sem direito ao voto) foram vendidas na Bolsa de Nova Iorque. Nos últimos anos, com a soma das vendas no mercado interno, 49,5% das ações já estavam nos Estados Unidos, conforme o balanço de 2005 da empresa. A União possui apenas 37%; o restante está nas mãos de acionistas nacionais, ou seja, 63% da Petrobras é atualmente de investidores do mercado financeiro. É por isso que a comemorada auto-suficiência na produção de petróleo, anunciada dia 21 de abril, não trará benefícios aos consumidores brasileiros, pois quem decide o preço da venda de ‘nosso petróleo’ - nosso petróleo - não é o Governo, e sim seus acionistas privados, sedentos por lucros cada vez maiores. E eles estão pouco ligando para os interesses públicos e para a estratégia nacional. Nunca irão aceitar a venda do petróleo e seus derivados a um preço menor do que o praticado no mercado internacional, o que baixaria o preço da gasolina no País, por exemplo. Especialistas dizem que, se os derivados de petróleo fossem vendidos a um preço muito inferior ao do mercado internacional, haveria empresas comprando o produto aqui para exportá-lo. A vacina para esse veneno é dada por Fernando Siqueira, da Associação dos Engenheiros da Petrobras: basta proibir as empresas de comprar e exportar os derivados de petróleo, como faz a Venezuela. O resultado é que os consumidores...” - aqui o jornalista comete um erro, quando diz que o resultado é que os consumidores desse ‘País andino’, a Venezuela não é um país andino -, “...gastam cerca de dois dólares somente para encher o tanque de combustível de seus veículos!”

E hoje eu mandei completar o meu tanque de gasolina e gastei 80 dólares; e não posso comparar com esses 2 dólares.

“Quer dizer: a Petrobras funciona hoje, em tese, como uma empresa estatal - e mais: tem a imagem de uma empresa pública -, porém, na prática, é uma empresa multinacional e, sim, imperialista; representa não os interesses dos brasileiros, e sim de seus acionistas, por decisão do Governo brasileiro. Deve ser por isso que o Presidente Luiz Inácio Lula da Silva considera a nacionalização dos recursos naturais da Bolívia um ato normal, inclusive reconhecendo o direito soberano de o Governo boliviano promover a expropriação do patrimônio da Petrobras”.

Isso não há o que festejar, não há por que gastar 36 milhões de reais em publicidade para dizer que o petróleo é nosso, quando nós pagamos a gasolina mais cara do mundo - mais cara do mundo!

Mas eu não posso deixar passar o crime cometido na Câmara Federal na noite de ontem. O Sr. Josias Gomes teve 228 votos pela cassação, 190 contrários, 19 abstenções - abstenção é a vergonha de dizer que é contrário ou é favor, mas significa que é contrário. Mas 76 Deputados estiveram ausentes. Ontem, foi a décima absolvição; era de se fazer, Sr. Presidente, Sras. Vereadoras, Srs. Vereadores, uma análise: nessas dez votações,  os Deputados que não compareceram nenhuma vez às Sessões mereceriam, por um Regimento Interno, como se tem aqui na Câmara, a sua eliminação. Eles deveriam ser eliminados da Câmara Federal.

E, por outro lado, me entristece que o Conselho de Ética absolveu outro Gomes, o Sr. Vadão Gomes: ele recebeu 3,7 milhões de reais. Se eu continuasse aqui na Câmara por mais 35 anos, eu não receberia 3,7 milhões reais e ainda teria de pagar 27,5% de Imposto de Renda, 385 reais mensalmente para o INSS e 406 reais para o Partido, fora outras coisas.

Portanto, o “valerioduto” é uma realização do nosso querido Presidente Lula, ninguém se iluda que não foi; foi assim que aconteceu.

E o gasoduto, se duvidar, não vai mais trazer gás para cá, ou vai trazer gás muito mais caro, por omissão do serviço de relações exteriores do País e do nosso próprio Presidente, que deu amplo apoio ao Presidente boliviano e agora deve estar muito arrependido. Saúde e PAZ!

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Obrigado, Excelência.

O Ver. Márcio Bins Ely está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. MÁRCIO BINS ELY: Excelentíssimo Sr. Presidente, Dr. Goulart, na pessoa de V. Exª, quero cumprimentar os demais Vereadores e Vereadoras desta Casa, público que nos assiste na TVCâmara, público que nos assiste nas galerias, autoridades presentes, senhoras e senhores, venho a esta tribuna em tempo de Comunicação de Líder do meu Partido, o PDT, falar em nome dos Vereadores Nereu D'Avila, Neuza Canabarro, Ervino Besson, Dr. Goulart, João Bosco Vaz, DJ Cassiá Gomes - que hoje se encontra nesta Sessão, em substituição ao Ver. Nereu D'Avila -, e faço algumas considerações nesta oportunidade, senhoras e senhores, a respeito de um Projeto de minha autoria, muito importante, no meu entendimento, relevante para a nossa Cidade, que foi aprovado ontem, mas que ficou um pouco ofuscado em função de nós termos aprovado o Projeto de Lei que terminou com a prática de nepotismo na Capital, que também é um Projeto que considero bastante importante, que traz uma credibilidade e uma responsabilidade tão necessária no atual momento da conjuntura política. A nossa Casa, mais uma vez, é exemplo de conduta. E, da maneira como votam, os Vereadores demonstram a seriedade com que os políticos gaúchos, porto-alegrenses, enfim, têm encaminhado a sua postura perante a opinião pública.

Então, eu faço menção, nesta oportunidade - como eu dizia -, a um Projeto de Lei de minha autoria, que reduz as filas de banco para 15 minutos. Gostaria de dizer que essa Legislação é inspirada em alguns aspectos que passo, então, a descrever desta tribuna, mas, fundamentalmente, porque a Lei original é de 1998 e estabelece que a espera na fila do banco, atualmente, deve ser de 30 minutos, no máximo, e 45 minutos em dias de pagamento e vésperas de feriado.

Nós entendemos que essa Lei de 1998, após oito anos, está defasada; necessitava de uma atualização, até porque estamos no tempo e na era da informática. Hoje, praticamente, os correntistas podem fazer 90% das suas transações financeiras através da Internet, e, além da Internet, nós temos a facilidade que os caixas de auto-atendimento nos trazem, que também disponibilizam 90% dos serviços que o sistema financeiro oferece à população.

Além disso, e somado a isso o fato de que o sistema financeiro é hoje, talvez, o setor no Brasil que mais lucra. E cada vez que um banco anuncia os lucros do ano ou do semestre, as cifras são bastante expressivas.

Nós entendemos, então, que a contrapartida, no mínimo, que o sistema financeiro deva dar aos seus clientes é um bom atendimento, que se resume num rápido atendimento. As pessoas têm que ser atendidas de maneira rápida, até porque a flexibilização do atendimento é curta. Hoje o banco abre das 10h às 16h; então, aquelas pessoas que dispõem somente do horário comercial para os seus afazeres acabam, muitas vezes, perdendo seu horário de almoço, porque ficam na fila de um banco, têm de ir, às vezes, a dois bancos e, praticamente, não conseguem nem almoçar.

Então, a nossa legislação veio nesse sentido. É uma legislação que busca o aprimoramento. Como eu falei, reduz de 30 para 15 e de 45 para 20 minutos o atendimento. Acho que é importante e oportuno que nós tenhamos dado essa contribuição aqui para a nossa Capital por meio deste Projeto, que foi aprovado ontem, e gostaria de dizer também que tenho certeza de que, tão logo a sua Redação Final chegue ao Prefeito, ela deve estar sendo aprovada, porque se trata de uma atualização de legislação já existente.

Nós sabemos que existe um pré-requisito formal aqui da Casa, Ver. Bernardino, que é a questão da Redação Final, em função de nós termos aprovado também uma Emenda. Então, há algum ajuste, algum termo técnico, mas tenho certeza de que, no máximo, em 30, 40 dias, o Projeto já vai estar valendo. O Projeto prevê multas. A multa, na legislação, é de 2.000 UFIRs, e depois, na reincidência, 4.000 UFIRs. Na terceira reincidência, há o fechamento da agência. Aí também vai estar a cargo do Poder Executivo, vai estar a cargo da sociedade civil organizada e deste Poder Legislativo construir e executar ações para que a população tome conhecimento desse avanço importante, e não só tome conhecimento, mas também reclame os seus direitos. Já está inclusive sumulado pelo STF o entendimento de que essa legislação é constitucional, legal e regimental e, portanto, não contém nenhum vício de iniciativa e deve ser respeitada. O mecanismo mais direto de eficácia, com certeza, é, digamos assim, que o cliente se reporte ao Poder Judiciário por intermédio de duas testemunhas, e aí, a partir da denúncia, o Poder Judiciário vai-se manifestar, e nós poderemos, a partir de então, construir jurisprudência para que, a partir do momento em que se criem alguns fatos que se consolidem - dois, três, quatro, enfim -, essa dê respaldo ao cidadão. Então, tenho certeza de que o sistema financeiro vai ser compelido a justamente fazer com que essa determinação se imponha.

Hoje se percebe claramente, quando se vai a uma agência bancária, que, muitas vezes, o espaço físico está reservado ao atendimento - nós temos ali oito ou dez espaços de caixas estruturados, mas apenas três ou quatro pessoas atendendo.

Para concluir, acredito que, talvez, esse Projeto, além dos benefícios de reduzir o tempo de espera dos cidadãos e das cidadãs porto-alegrenses nas filas dos bancos, também seja um modelo a ser seguido por outros Municípios, a exemplo da cidade de Santa Maria, sobre a qual foi noticiado na mídia que, na véspera do feriado, houve uma blitz em várias agências, e autuaram aquelas que não respeitaram a legislação do Atendimento Breve. Então, penso que poderemos dar uma contribuição, e sempre a Capital acaba ecoando para os demais Municípios do nosso Estado.

Então, a nossa contribuição, a minha alegria em poder ter aprovado esse Projeto de minha autoria, num momento importante, com a certeza de que a população terá um grande benefício. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Passamos à

 

PAUTA - DISCUSSÃO PRELIMINAR

 

(05 oradores/05 minutos/com aparte)

 

1ª SESSÃO

 

PROC. N. 1905/06 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N. 069/06, de autoria do Ver. Luiz Braz, que concede o Prêmio “Construtor da Paz” à Legião da Boa Vontade (LBV), na categoria associação da sociedade civil sem fins lucrativos.

 

PROC. N. 1917/06 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 075/06, de autoria do Ver. Elói Guimarães, que concede o título honorífico de Cidadão de Porto Alegre ao Senhor Francisco Roberto de Oliveira.

 

2ª SESSÃO

 

PROC. N. 1694/06 - PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO N. 030/06, de autoria do Ver. Luiz Braz, que altera o art. 5º da Lei Complementar n. 482, de 26 de dezembro de 2002, que altera as Leis Complementares nos. 07, de 1973, 48, de 1979, 197, de 1989, e a Lei n. 7.773, de 1996, e revoga dispositivos das leis Complementares nos. 07, de 1973, 197, de 1989, e 396, de 1996, estendendo aos proprietários de boxe comercial, individual ou coletivo, a exclusão da incidência da Taxa de Lixo prevista para os proprietários de boxe residencial.

 

PROC. N. 1752/06 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N. 067/06, de autoria do Ver. Aldacir Oliboni, que concede o “Troféu Destaque Mário Quintana” ao Jornalista Cláudio Barcellos (Caco Barcellos).

 

PROC. N. 1912/06 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 073/06, de autoria da Ver.ª Mônica Leal, que denomina Rua Nadir Gomes Guedes o logradouro não-cadastrado, conhecido como  Travessa B Um – Vila São Miguel, localizado no Bairro Coronel Aparício Borges.

 

PROC. N. 1918/06 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 076/06, de autoria do Ver. José Ismael Heinen, que concede o título honorífico de Cidadão de Porto Alegre ao Senhor Arnaldo da Costa Prieto.

 

PROC. N. 2011/06 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N. 071/06, de autoria da Mesa Diretora, que concede o título honorífico de “Cidadão Integração de Porto Alegre” ao Senhor Paulo D’Arrigo Vellinho.

 

PROC. N. 4074/05 - SUBSTITUTIVO N. 01, que institui o Programa Municipal de Fomento ao Teatro e Dança para a cidade de Porto Alegre e dá outras providências, ao PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 189/05, ambos de autoria da Ver.ª Manuela d'Ávila.

 

PROC. N. 2138/06 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 085/06, de autoria do Ver. Raul Carrion, que institui o Dia Municipal de Luta dos Povos Indígenas, que será celebrado no dia 07 de fevereiro, anualmente.

 

3ª SESSÃO

 

PROC. N. 0841/06 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 030/06, de autoria da Ver.ª Neuza Canabarro, que concede o título honorífico de Cidadão de Porto Alegre ao Senhor Cibilis da Rocha Viana.

 

PROC. N. 1402/06 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 055/06, de autoria do Ver. Dr. Goulart, que institui o monumento ao gaiteiro, no Parque Maurício Sirotsky Sobrinho, em homenagem aos gaiteiros gaúchos.

 

PROC. N. 1914/06 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 074/06, de autoria do Ver. Ervino Besson, que concede o título honorífico de Cidadão de Porto Alegre ao Senhor Danilo Tiziani.

 

4ª SESSÃO

 

PROC. N. 1610/06 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N. 063/06, de autoria do Ver. Aldacir Oliboni, que altera a redação do caput do art. 102 e do parágrafo único do art. 197 da Resolução n. 1.178, de 16 de julho de 1992, e alterações posteriores (Regimento da Câmara Municipal de Porto Alegre), divulgando na internet os projetos e substitutivos incluídos na Pauta e os Anais.

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): O Ver. Márcio Bins Ely está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. MÁRCIO BINS ELY: Sr. Presidente, Ver. Dr. Goulart, na pessoa de V. Exª, gostaria de cumprimentar os demais Vereadores e Vereadoras desta Casa, público que nos assiste pela TVCâmara, que nos assiste nas galerias, venho a esta tribuna, Sr. Presidente, Sras. Vereadoras, Srs. Vereadores, no período de Pauta, para fazer menção aos Projetos que tramitam nesta Casa. Gostaria, inicialmente, de mencionar, Sr. Presidente, que hoje temos 13 Projetos que tramitam e que compõem a 1.ª, 2.ª, 3.ª e 4.ª Sessões de Pauta; são Projetos importantes, sobre os quais passarei a fazer algumas considerações.

Ainda ontem, falávamos a respeito do Projeto de Lei n.º 85, de autoria do Ver. Raul Carrion, que institui o Dia Municipal de Luta dos Povos Indígenas, que será celebrado no dia 7 de fevereiro anualmente. Então, eu gostaria, mais uma vez, de enfatizar o oportuno registro que o Vereador, por meio desse Projeto, traz ao debate e, a posteriori, uma oportunidade que teremos para conferir aos índios o devido reconhecimento pelo valor que tiveram e têm no momento e nas páginas da história do nosso País.

Gostaria de registrar que a data é uma data importante, que marca o dia da morte de Sepé Tiaraju, e que, portanto, trata-se de uma iniciativa louvável, e gostaríamos de registrar o nosso reconhecimento pela iniciativa do Ver. Raul Carrion.

Eu gostaria de me pronunciar, também, nesta oportunidade que falamos em Pauta, Sr. Presidente - portanto, a respeito dos Projetos que tramitam -, a respeito do Substitutivo n.º 01, de autoria da Verª Manuela d’Ávila, que institui o Programa Municipal de Fomento ao Teatro e Dança para a Cidade de Porto Alegre e dá outras providências, que é justamente um Substitutivo ao Projeto de Lei n.º 189/05 - ambos de autoria da Verª Manuela.

Quero dizer que tanto quanto a Verª Manuela, que é a Vereadora mais nova desta Casa, eu também me considero o Vereador mais jovem aqui deste Legislativo, e a cumprimento, nesta oportunidade, Verª Manuela, pela iniciativa de estar fomentando o teatro e a dança; penso que é muito importante que nós possamos, por meio das ações do Poder Legislativo - fundamentalmente nós, que somos jovens -, incentivar a área da Cultura, pois sabemos da importância que a cultura tem para o aprimoramento, enfim, para uma série de questões oportunas e relevantes. Neste momento, então, eu registro, Verª Manuela, os meus cumprimentos pela iniciativa;  fomentarmos o teatro e a dança é também uma maneira de incentivar a nossa juventude. Fica o registro também do nosso reconhecimento a esse Projeto.

Por fim, ainda gostaria de fazer uma breve consideração a respeito de um Projeto que ontem estava em 3.ª Sessão de Pauta, que é o Projeto do Ver. Adeli Sell. Em função de ter sido aparteado por inúmeros Vereadores e de ter abordado, também, ontem, o assunto relativo ao Projeto de Lei do Ver. Raul Carrion sobre o índio, não tive a oportunidade de concluir as minhas considerações a respeito daquele Projeto, Ver. Adeli, que, como registrei na oportunidade, deve ser melhor debatido, para que nós possamos encontrar uma alternativa diferente daquela que exige a graduação para ocupar os espaços e as responsabilidades de Conselheiro Tutelar na nossa Capital. Mas fica o registro de que nós entendemos que a comunidade local e aquelas pessoas que trabalham com o movimento comunitário às vezes têm até uma compreensão maior da realidade dos fatos que ocorrem; e aquela pessoa que é graduada, apesar do conhecimento que adquire nos bancos das universidades, nem sempre tem o mesmo convívio e o mesmo contato. Então, no nosso entendimento, a graduação, então, não poderia ser um pré-requisito, mas um complemento. Nós achamos que a pessoa graduada pode ter a preferência, enfim, mas não que seja um pré-requisito excludente. Como eu bem dizia, o nosso Presidente, Lula, não tem graduação e é a autoridade máxima da República. Então, se lá na ponta, nós não exigimos que o Presidente tenha graduação, nós não podemos exigir que o Conselheiro Tutelar também a tenha.

Ficam essas considerações, no período de Pauta, Sr. Presidente, e agradeço  V. Exª pela oportunidade.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Obrigado, Excelência. O Ver. Claudio Sebenelo está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. CLAUDIO SEBENELO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, eu gostaria de falar sobre o Projeto do Ver. Dr. Goulart, que “tirou o pão da minha boca”, institui o Monumento ao Gaiteiro no Parque Maurício Sirotsky Sobrinho, em homenagem aos gaiteiros gaúchos. Pois, como diria o Prof. Luiz Augusto Fischer, em porto-alegrês, Ver. Dr. Goulart, a “gaita” também significava dinheiro - gaita! Mas, na verdade, os gaiteiros são riquíssimos. São riquíssimos... E eu conversava isso com o Quevedo, outro dia, que é um gaiteiro maravilhoso das nossas tradições. Eu dizia a ele que a riqueza do gaiteiro está no choro da acordeona; mais do que no choro da acordeona, de algumas acordeonas que perderam as teclas e têm só os botões. Então, eu tenho na gaita ponto, que também é gaita, uma figura que é de fora do Rio Grande, mas está no Pampa gaúcho, fantasticamente, no Pampa que vai até próximo ao Pólo Sul. A gaita é de um argentino chamado Astor Piazzolla. É de um gaúcho chamado Gilberto Monteiro, e que tem, Verª Margarete Moraes, no “Pra ti Guria”, um hino à mulher gaúcha, uma das mais belas canções nativas produzidas pelo gênio e pela competência de Gilberto Monteiro, já homenageado, inclusive, aqui nesta Câmara; é um gaiteiro do mais profundo sentimento gregário desse Pampa, onde o gaúcho passa 12, 13, 15 horas em cima de um cavalo, sozinho, sem falar com ninguém. O grande integrador dos causos, do mate, do fogo de chão, e, se houver um gaiteiro, meu Deus! E se houver uma trova, e se houver uma música linda, vai ser uma noite inesquecível como as noites nos longínquos galpões solitários do fantástico deserto verde desse nosso Pampa, como diz o argentino: la pampa. É um instrumento, Ver. Cassiá DJ, tão importante e que se popularizou; é um instrumento caro, não é barato. Há, neste Rio Grande, um gaiteiro dentro de cada um de nós que entende essa ambigüidade de ficar sozinho o dia inteiro e de precisar falar com alguém e, quando vem para a Cidade, está cheio de gente, e ele não quer falar com ninguém, pois ele precisa ficar sozinho. E é isso que é o paradoxo do gaiteiro, é isso que é reverenciado nesse monumento ao gaiteiro cuja criação é, certamente, uma idéia que um dia já passou pela cabeça de cada Vereador desta Cidade. E num momento de grande lucidez e de grande rapidez, o Presidente desta Casa homenageia esse homem, homenageando, em cada Vereador, o talento, a criatividade e, por fim, esse gosto de chão e de raiz que temos em cada gaiteiro, em cada gaúcho e em cada Vereador desta Casa.

Quero dar os meus parabéns, Presidente, Ver. Dr. Goulart, ao que é raiz e cerne dessa origem gaúcha fantástica que, em cada nota, em vez de um choro, às vezes tem um hino ao amor.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Ver. Sebenelo, pedirei a transcrição de suas palavras e encaminharei ao nosso poeta de “Pra ti Guria”, Gilberto Monteiro, porque foi muito inspirada a sua defesa desse Projeto. Muito obrigado.

O Ver. José Ismael Heinen está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. JOSÉ ISMAEL HEINEN: Exmo Sr. Presidente desta Casa, Ver. Dr. Goulart; Srs. Vereadores, colegas desta Casa; público que nos assiste e telespectadores da TV Câmara, está em discussão de Pauta, um Projeto de nossa autoria, propondo o Título Honorífico de Cidadão de Porto Alegre a um cidadão ilustre da política brasileira, a um gaúcho ilustre que militou muito também em Porto Alegre; trata-se do nosso ex-Ministro do Trabalho, ex-Ministro da Previdência Social, ex-Secretário da Habitação, Arnaldo da Costa Prieto. Ele foi uma figura ímpar na política nacional como tantos outros ícones que batalharam pelo bem comum, pelo entendimento e pela grandiosidade política da nossa terra.

Arnaldo da Costa Prieto atuou nos três segmentos que eram uma preocupação constante: habitação popular, organização sindical e assistência social, e a atuação nesses cargos revela as características desse cidadão a quem estamos propondo a homenagem.

Na habitação popular, nos anos de 1963 a 1967, como Secretário Estadual do Trabalho e da Habitação, entre tantas coisas, criou a Fundação Gaúcha do Trabalho e a Companhia de Habitação do Estado do Rio Grande do Sul - Cohab/RS. Quem não lembra do Inocoop/RS -  Instituto de Orientação às Cooperativas Habitacionais do Rio Grande do Sul -, que norteava as cooperativas habitacionais? Foi Diretor do Banco Nacional de Habitação, que deu tantas habitações ao povo brasileiro. Ainda hoje, viajando pelas cidades do Brasil, existe a marca do Banco Nacional de Habitação.

Arnaldo da Costa Prieto foi eleito Deputado Federal por três legislaturas consecutivas, de 1967 a 1991. Como já falamos, foi Ministro de Estado do Trabalho e Previdência Social, de 1974 a 1979, durante o Governo Geisel. Durante esse tempo em que S. Exa. foi Ministro, destacou-se, dentre outras grandes realizações, como já falei, na Assistência Social, na organização sindical. Na organização sindical, nada menos do que 1.170 sindicatos e federações formaram-se durante a sua gestão.

 

O Sr. Cassiá Carpes: V. Exª permite um aparte?

 

O SR. JOSÉ ISMAEL HEINEN: Concedo a palavra ao nobre colega Cassiá Carpes.

 

O Sr. Cassiá Carpes:  Ver. Ismael, acho que é uma grande homenagem, e tem um significado para nós, e digo para nós, porque ele foi o criador e  legalizou a profissão dos atletas profissionais no Brasil, em 1976. Portanto, a carteira profissional que diz Carteira Profissional de Atleta de Futebol é oriunda do ex-Ministro Arnaldo da Costa Prieto, que foi um grande incentivador, um batalhador e um grande Ministro. Parabéns pela homenagem.

 

O SR. JOSÉ ISMAEL HEINEN: Agradeço a colaboração de Vossa Excelência.

Entre outras coisas, ele também criou o Sine - Sistema Nacional de Emprego -, por Decreto. Criou, por Lei, os Conselhos Federal e Regionais de Fisioterapia Terapia Ocupacional; os Conselhos Federal e Regionais de Nutricionistas; a profissão dos Engenheiros, Arquitetos e Engenheiros Agrônomo; regulamentação da profissão de atleta profissional de futebol, como já citou o Ver. Cassiá Carpes; regulamentação da profissão de artista e técnico em espetáculos de diversões; regulamentação da profissão de secretária, de corretor de imóveis, de radialista, de jornalista; nova legislação sobre segurança e medicina do trabalho, tão importante ainda, nos dias de hoje.

O Programa de Centros Sociais Urbanos teve sua origem na administração de Prieto, no Ministério do Trabalho. Houve também a criação do PAT - Programa da Alimentação do Trabalhador -, com a instituição de incentivo fiscal para alimentação dos empregados pelas empresas e tantas outras realizações.

Condecorações: “Grã-Cruz da Ordem Nacional do Mérito do Paraguai”, do Governo do Paraguai; “Medalha do Pacificador”, do Ministério do Exército; Medalha Cidade de Porto Alegre, e tantas outras.

Sintetizando, foram 1.170 sindicatos e federações criados por S. Exa., como Ministro.

Encerrando, Sr. Presidente, quero dizer que Arnaldo da Costa Prieto, por tudo que acabamos de relatar e por muito que nós vamos dizer futuramente, se nos revela uma das mais belas figuras, de chefe de família, também, de cidadão e de homem público. Sua trajetória de vida sempre foi pautada pela incorrigível preocupação com o bem-estar dos seus semelhantes, a quem tem dedicado os melhores anos de sua existência.

Foram esses os motivos, senhores, que nos levam a prestar esta homenagem que eu tenho a honra de poder apresentar a esta Casa, para que seja concedido esse Título Honorífico ao grande Ministro, ao grande político, ao grande estadista Arnaldo da Costa Prieto. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): O Ver. Luiz Braz está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, Ver. Dr. Goulart; Srs. Vereadores e Sras Vereadoras; senhoras e senhores, neste momento de Pauta, eu quero ressaltar um Projeto de Lei que nós apresentamos para tramitar aqui nesta Casa, e eu vou pedir aos Srs. Vereadores que me ajudem, para que a tramitação desse Projeto se dê com a maior rapidez possível. Nós estamos concedendo o Prêmio Construtor da Paz a uma entidade que eu acredito que é extremamente merecedora dessa homenagem, que são os nossos amigos da Legião da Boa Vontade.

Eu conheço bastante o trabalho da Legião; eu os acompanho há bastante tempo, tive oportunidade de oferecer, neste Plenário, um Prêmio de Cidadania ao Paiva Neto, que é o grande condutor da Legião da Boa Vontade. Acredito que a Legião se faz merecedora de ganhar esse reconhecimento através da Câmara, de também receber esse Prêmio Construtor da Paz, porque, afinal de contas, eu acredito que, com as suas ações, com as suas atitudes, a Legião da Boa Vontade tem se transformado, ao longo dos tempos, realmente numa grande construtora da paz.

A Legião da Boa Vontade, através das suas campanhas, através de rádio, de televisão, de jornal, através dos seus colaboradores espalhados praticamente por todo o Brasil e em parte da América Latina, acaba fazendo com que a fome de muitas pessoas que não podem ser atendidas através dos programas governamentais tenha, de alguma forma, uma minoração por intermédio do trabalho da Legião da Boa Vontade.

Então, eu acredito que quem age assim, quem trabalha para que, principalmente, aquelas pessoas mais carentes, para que os mais pobres possam viver com maior dignidade - e esse é o trabalho constante da Legião da Boa Vontade - está realmente construindo a paz. E é por isso que nós estamos propondo o Prêmio de Construtor da Paz para a Legião da Boa Vontade.

Como nós vamos ter, no mês de junho, uma homenagem que vai ser prestada ao Paiva Neto, aqui em nossa região, eu vou solicitar a ajuda de todos os Vereadores e tentar, Verª Maria Celeste, de alguma forma, apressar a tramitação desse Projeto que pretende entregar o Prêmio Construtor da Paz à Legião da Boa Vontade, para que, quando aqui estiver presente o Paiva Neto, nós já estejamos em condições de fazer também a entrega deste Prêmio Construtor da Paz a ele. É o pedido que faço ao Plenário neste período de Pauta. É um projeto que começa a tramitar agora, mas, como temos ainda todo o mês de maio e parte do mês de junho para aprovar esse Projeto, vamos ter mais do que condições de, mais ou menos no dia 20 de junho, estar com esse processo terminado, acabado, em condições de fazer com que o Paiva Neto, em pessoa, possa, aqui neste plenário, receber o Prêmio de Construtor da Paz, em nome da Legião da Boa Vontade.

É exatamente essa exaltação que quero fazer com relação aos projetos que estão na Pauta hoje, para que possamos realmente cerrar fileiras, para que, no mês de junho, esse Projeto já esteja em condições de ser votado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Apregoamos a  Subemenda nº 01 à Emenda nº 01 ao PELO nº 005/05, que inclui dispositivos em artigos da Lei Orgânica Municipal, de autoria do Ver. Raul Carrion e da Verª Manuela d’Ávila.  

O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para discutir a Pauta. (Pausa.) Ausente. O Ver. João Carlos Nedel está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Ilustre Presidente da Câmara de Porto Alegre, Ver. Dr. Goulart; Vereadores e Vereadoras, está em segunda Sessão de Pauta um Projeto do Ver. Luiz Braz, que altera a Lei da Taxa de Lixo. Essa Lei da Taxa de Lixo, no meu entendimento, é uma dificuldade muito grande para Porto Alegre, porque a Lei da Taxa de Lixo incide não sobre o lixo - meu caro Jair, de Santo Antônio da Patrulha, que nos visita neste momento -, incide sobre três pontos: sobre o tamanho do imóvel, sobre a área do imóvel; quanto maior a área, maior a incidência da taxa; também incide sobre a localização do imóvel; mesmo que um imóvel esteja em um bairro nobre, mas que não produza lixo, ele vai pagar uma taxa maior; incide também sobre a destinação do imóvel. São vários pesos que incidem na Taxa de Lixo. Muitas vezes causa inúmeras injustiças, por exemplo, um depósito que tem grande extensão, se for razoavelmente localizado, mas que não produz quase nada de lixo, vai pagar uma taxa elevada. Ao contrário, uma pequena empresa que produz muito lixo - um restaurante, uma lancheria  -, mas que tem uma área pequena, o valor da taxa também é pequeno.

E é o exemplo que o Ver. Luiz Braz nos traz aqui, das garagens, dos boxes comerciais, tanto individuais como coletivos. As garagens praticamente não produzem lixo, mas pagam uma taxa de lixo como se fossem um apartamento, pela sua área. As áreas coletivas também pagam uma elevada taxa de lixo e não produzem praticamente lixo algum. É oportuno, Ver. Luiz Braz, seu Projeto. Os boxes residenciais já são isentos. Foi uma polêmica muito grande, e agora o Ver. Luiz Braz traz a esta Casa para estudo, e já está em Pauta, o seu Projeto de Lei que elimina a Taxa de Lixo sobre as garagens e boxes comerciais. Acho interessante e acho que nós podemos estudar, especialmente, e vermos qual é a repercussão financeira, se acontecer a eliminação dessa cobrança. No meu entendimento, é uma repercussão muito pequena. Analisado esse ponto, podemos decidir com maior clareza, porque isso, nós acreditamos, irá também baratear o custo do estacionamento que é por demais elevado na Cidade e que precisa ter uma redução importante. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): A Verª Maristela Maffei está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

A SRA. MARISTELA MAFFEI: Sr. Presidente; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, senhoras e senhores, hoje está acontecendo, em Brasília, uma reunião de articulação nacional da continuidade da nossa luta, Ver. Dr. Goulart, em relação à aposentadoria da dona de casa, da regulamentação, porque, na verdade, já está instituída a Lei, e agora nós precisamos regulamentá-la. A grande disputa agora é como vai se dar essa regulamentação, porque nós, que somos da Articulação Nacional do Movimento, e eu, que represento aqui a Frente Suprapartidária do Comitê, do qual a Verª Manuela d’Ávila também faz parte, a Verª Mônica Leal, a Verª Neuza Canabarro e tantos outros, compreendemos que as nossas mulheres que já envelheceram com uma renda até dois salários mínimos têm o direito de, imediatamente, ter o acesso e ter uma carência, Ver. Carlos Todeschini, de dez anos, assim como a aposentadoria da mulher agricultora rural com esse Projeto, que foi iniciado com os movimentos sociais, mas sempre colocando que é um Projeto da Dep. Federal do Partido dos Trabalhadores, Luci Choinacki, que é uma guerreira que iniciou esse trabalho, a quem seguimos, juntando as mãos com os outros Parlamentares que têm ajudado, contribuído nessa luta tão importante, que é de todos nós, é uma luta que não tem dono! E nós estaremos, amanhã, Verª Manuela d’Avila, em Alvorada, às 15 horas, lançando o Comitê Suprapartidário, lá onde está o Ver. Serginho. Quero agradecer, Ver. João Antonio Dib, ao seu filho, que é Vereador naquela Cidade, que, gentilmente, prontamente, conseguiu o espaço para nós, e estaremos na praça, lá, colhendo assinaturas, nessa luta tão importante.

E nós nos fizemos presentes, Ver. Dr. Goulart, em Brasília, hoje, com a nossa assessora Lana nos representando, porque não podemos estar sempre; temos de estar aqui nesta Casa votando os Projetos importantes, fazendo as coisas, porque é um trabalho importante, mas a assessoria consegue nos representar à altura.

E outra questão: quero, de antemão, agradecer o empenho que a Presidência da Câmara de Vereadores, por meio do nosso Presidente, Ver. Dr. Goulart, tem feito, para que possamos, no dia 02 de junho, realizar o nosso seminário, o Seminário sobre a Legalização do Conselho Tutelar de Porto Alegre. Ontem, eu ainda me referia à própria Verª Maria Celeste, que também fez um pronunciamento aqui, e queremos fazer uma discussão com toda a sociedade. Há também um Requerimento solicitando a Comissão Especial. E nós achamos que temos de juntar as forças para que não saia cada um para um lado fazendo um projeto. Já conversamos com o Ver. Adeli Sell, que se colocou prontamente para fazer essa discussão e, se convencido for, retirará o seu Projeto e se somará nessa luta. E que venha do Executivo o Projeto que estamos aqui discutindo com os Conselhos Tutelares, com o Conselho de Direito, com a OAB, com o Ministério Público, com a Câmara de Vereadores! Agora, há pouco, o Presidente confirmou a sua presença na abertura. Nós também queremos chamar o Prefeito Municipal da nossa Cidade para que faça coro, faça eco. E nós teremos nada mais, nada menos do que a presença do Professor Edson Seda, um renome internacional nessa área - como disse anteriormente -, para nos ajudar num momento tão importante, porque a reforma virá, e nós não podemos ficar calados.

Então, na condição de membro da Frente Parlamentar, na condição de Vereadora desta Cidade, e, com certeza, de toda a Frente - Ver. Brasinha, queremos também a sua presença nesse dia, bem como a de todos os Parlamentares -, nós faremos um grande debate, será um grande momento, e, quiçá, nós possamos, junto com essa Comissão Especial, juntar as nossas mãos, as nossas forças, pois é isso que nós queremos, e quem vai ganhar com tudo isso, com a convergência de idéias, com as nossas diversidades, com certeza, serão aqueles que mais precisam, Ver. Sebenelo - e eu sei que V. Exª é um parceiro -, que são as nossas crianças, os nosso adolescentes e, em especial, os mais empobrecidos.

Obrigada; era isso o que tinha a dizer como Líder da Bancada do PSB. E, com certeza, nós chamaremos a imprensa para que ela dê cobertura a esse momento tão vigoroso, mostrando que esta Casa está muito preocupada com todas as questões pertinentes e sérias da nossa cidade de Porto Alegre. Muito obrigada.

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Obrigado, Vereadora.

O Ver. José Ismael Heinen está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. JOSÉ ISMAEL HEINEN: Exmo Sr. Presidente, nobres colegas, nós temos, como sempre, visto as notícias que dizem respeito ao nosso País, ao nosso Brasil, às administrações do nosso País, e, a cada dia, os jornais se repetem. Estão tão repetitivos que a gente já não tem praticamente mais nada a falar aqui politicamente.

Mas eu não poderia deixar de registrar, em nome do Partido da Frente Liberal, e, em especial, em meu nome, o pedido de Sua Excelência, o Presidente da República, na reunião nacional do seu Partido, o Partido dos Trabalhadores, em que ele veementemente falou e pediu que a Frente Popular fizesse qualquer acordo, e a qualquer preço, com todos os Partidos políticos, com exceção, Ver. Luiz Braz, do Partido da Frente Liberal e do Partido da Social Democracia Brasileira. Talvez tenha sido a notícia mais alvissareira que eu tive nesses últimos tempos: que desse cálice, Luiz Braz, nós estamos livres; fazer acomodações a qualquer custo e a qualquer preço, menos com o PFL e com o PSDB.

Ver. Oliboni, nobre colega, naquela simbologia da cruz, dessa também, graças a Deus, o meu Partido e eu, em particular, respiramos um pouco aliviados.

E vejo hoje o nosso Presidente negociando - o que é uma outra pérola do nosso Presidente Lula - o patrimônio da Petrobras, lá na Argentina, com o Presidente Hugo Chávez, que não tem nada a ver com o problema da Bolívia. Se ele estivesse negociando com o Presidente da Bolívia, especificamente, tudo bem, mas negociando, defendendo os interesses e o patrimônio da Nação brasileira, que pertence ao povo brasileiro, teria a nossa guarida, a nossa admiração e a nossa homenagem. Mas desse jeito que ele está negociando, dizendo que o povo boliviano - coitado - merece que o patrimônio da Petrobras seja apropriado, meus amigos, parece que o Brasil não tem mais pobreza. Podemos reduzir os impostos, podemos reduzir os juros que estão nos machucando, podemos empregar esse monte de desempregados que nós temos, porque o Brasil agora está rico; pobre está a Bolívia, e o Presidente Lula está defendendo o povo boliviano, mas negociando com o Presidente Chávez. Engraçado, é difícil de entender essa política brasileira, é difícil de entender quando um Presidente não sabe o que faz, ou faz de conta que não sabe o que faz; não vê nada, não enxerga nada; essa corrupção, novamente o nosso Congresso desmoralizado, e, agora, também, colega Ervino Besson, para encerrar, mais uma pérola: o nosso Conselho de Ética, nas mudanças que foram feitas devido às renúncias daqueles que não aceitavam essa patifaria que está acontecendo no Congresso Nacional, agora tem maioria e está absolvendo, lá, pessoas que buscam 3 milhões para fazer suas campanhas; não declaram para onde foi o dinheiro e foram absolvidas, inclusive na Comissão de Ética! Eu espero, sinceramente, que os meus filhos, os meus netos, quando chegarem a tomar conta das suas gerações como nós hoje somos responsáveis, que ao menos disto eles estejam livres como nós, do PFL, que estamos livres de um acordo a qualquer preço, a qualquer custo com S. Exª, o Partido do Presidente da República. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): A Verª Manuela d’Ávila está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

A SRA. MANUELA D’ÁVILA: Sr. Presidente, Ver. Dr. Goulart; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, embora não seja sobre este tema que eu vou falar, primeiramente eu gostaria de cumprimentar o nosso Ministro Tarso Genro pela atitude responsável, lúcida, típica dos homens e das mulheres que querem construir um Brasil diferente, de verdade. No dia de ontem, ele convidou o PMDB para integrar a Frente, que, tenho convicção, reelegerá o Presidente operário Luiz Inácio Lula da Silva. Tenho a convicção de que, ao se referir ao PMBD, referia-se aos homens e mulheres desse Partido que querem um Brasil soberano, que constroem, nos seus Estados, no seu dia-a-dia, como o Governador Requião, este Brasil soberano. Portanto, uma atitude importante. E registro aqui os nossos cumprimentos, do Partido Comunista do Brasil, por essa lúcida atitude, no dia de ontem, do ex-Ministro da Educação, ex-Prefeito desta Cidade e agora responsável pela articulação política do Governo Federal.

Mas subo a essa tribuna, Ver. Haroldo de Souza, para trazer boas notícias. Acho que as boas notícias aparecem pouco nos plenários, nas Sessões Plenárias deste Parlamento. Acho que, muitas vezes, Ver. Ibsen, gostamos de tratar das catástrofes que destroem as pontes e não das pontes que são construídas. Na terça-feira da semana que vem, nós teremos o anúncio, em Brasília, da ampliação do ProJovem, da ampliação e da consolidação de um Projeto do Governo Federal que trabalha com diversas questões ao mesmo tempo. A primeira delas é o reconhecimento da existência de um milhão e oitocentos mil jovens neste País, entre 18 e 24 anos, que não terminaram o Ensino Fundamental. Quando nós reconhecemos isso, nós reconhecemos também, Verª Margarete Moraes, que a Educação é a principal política pública para a juventude e não as prisões, como propõe Geraldo Alckmin,  que as prisões, a Febem, as FASEs, as Fundações, nas quais Alckmin investiu tanto no seu Governo, não são alternativas para a juventude; que o nosso futuro, o futuro deste País não merece cadeia, mas merece escola, merece sala de aula, merece perspectiva. E nós começamos esse Projeto - e acho que, quando o ampliamos, demonstramos uma segunda característica dele - pelas Capitais, porque, um milhão desse total de um milhão e oitocentos jovens está nas Capitais brasileiras. E uma das Capitais pioneiras foi, justamente, a nossa Porto Alegre, numa demonstração de que, quando nós temos a preocupação real com os segmentos da população, como o nosso Governo tem com a Juventude, nós, Ver. Comassetto, o nosso campo político não se preocupa com quem é o gestor, com quais partidos compõem a Administração, mas se preocupa com a parcela da população que está sendo prejudicada pelo fato de não estar incluída. E Porto Alegre conseguiu desenvolver, solidariamente, com o Governo Federal, com investimento do Governo Federal, o ProJovem. E o nosso Estado tem quatro cidades da Região Metropolitana com características para receber a ampliação do ProJovem. Essas quatro cidades têm de querer receber, por quê? Para trabalhar conjuntamente com o Governo Federal. São as cidades de Novo Hamburgo, Canoas, Gravataí e Viamão, porque são cidades com mais de 200 mil habitantes, cidades que se enquadram na faixa dos 800 mil brasileiros entre 18 e 24 anos, sem o Ensino Fundamental completo.

Eu acredito que esta Câmara tem a responsabilidade, como uma Cidade que adotou o ProJovem, com um Governo que investiu nesta Cidade, mesmo sem vínculo partidário com esse Município nas gestões, e todos nós a temos, de fazer com que o nosso Estado ganhe mais quatro cidades desenvolvendo o ProJovem simultaneamente. Eu vi alguns risos e gostaria de dizer que o presente da juventude que vive sem educação, que vive sem escola, saiu da escola para procurar emprego, não tem graça nenhuma; tem muita tristeza, tem muita dor, tem muita falta de perspectiva.

E tenho a convicção - amanhã conversarei com o Prefeito Stasinski, de Gravataí - de que as administrações que são compostas por aqueles que pensam em criar perspectivas para a juventude toparão a proposta, o desafio do Governo Federal, encabeçarão novos ProJovem no nosso Estado e devolverão perspectivas para a juventude brasileira, porque, se nós somos o futuro - porque seremos o amanhã deste País -, nós queremos construir esse amanhã. E temos a convicção de que, com alegria, com educação, com aquilo que é direito da juventude brasileira, nós conquistaremos um futuro melhor para este País. Muito obrigada.

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): A Verª Maria Celeste está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

A SRA. MARIA CELESTE: Sr. Presidente, Ver. Dr. Goulart; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, ocupo o espaço de Liderança do meu Partido - o Partido dos Trabalhadores -, neste momento, para registrar, desta tribuna, o trabalho que a Comissão de Direitos Humanos, conjuntamente com a CUTHAB, vem tentando fazer nesses últimos cinco dias. Nós fomos procurados, na semana passada, na  audiência com o nosso Presidente, Ver. Todeschini, pela comunidade da Vila Dique, extremamente preocupada com os últimos acontecimentos em relação à pista do Aeroporto. Ocorre que essa comunidade bateu, por diversas vezes, na porta do Dr. Tessaro, no DEMHAB; não foi atendida e solicitou que esta Comissão fizesse o diálogo com a Prefeitura, no sentido de viabilizar, de fato, o convênio que já havia sido firmado pelos órgãos municipal, estadual e federal. Nós, imediatamente, tendo em vista a gravidade do fato - porque havia, inclusive, prazos determinados, e, o dia 29 de abril era o último prazo para que esses convênios fossem, de fato, feitos -, solicitamos, então, uma audiência com o Prefeito, na qual fomos amplamente recebidos e prontamente atendidos. E tivemos, então, naquela tarde de quinta-feira, uma audiência com o Vice-Prefeito. Nós, então, conseguimos, naquela audiência, pelo menos trazer o tema novamente para esta Casa e discutir aqui, Verª Maristela, com as pessoas envolvidas, a comunidade da Vila Dique, com o Governo do Estado e com a Prefeitura Municipal.

Quero fazer um registro extremamente inadequado, um comportamento truculento, desrespeitoso com a comunidade presente e com os demais Vereadores desta Casa. Eu quero fazer o registro de que, no dia 29, saiu uma matéria no jornal, dando responsabilidade para o Governo do Estado sobre uma questão que não nos parece ser de responsabilidade dele, porque, de fato, desde a primeira audiência, os técnicos da Secretaria de Habitação do Estado apresentaram todas as questões, depositaram o dinheiro do qual fazia parte a contrapartida do Estado em relação a esse Projeto. Trouxeram um laudo de um profissional geólogo, que constatava a viabilidade técnica daquela área. Mostraram isso, e, nessa audiência de terça-feira - pasmem, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, ouvintes -, esse laudo foi contestado apenas verbalmente pelos técnicos da Prefeitura. O técnico da Prefeitura fez uma exposição verbal. Até agora, a Comissão não recebeu a questão legal, não recebeu o laudo geológico dessa área por escrito, nós não recebemos esse material, e houve apenas uma contestação verbal dessa situação.

Para nós, não interessa se a área é ruim, se a área é boa ou qual a área melhor. Interessa-nos que essas pessoas, as mil famílias, sejam, de fato, colocadas, realocadas num lugar adequado. Se há uma briga entre a Prefeitura e o Governo do Estado, pois bem, que se entendam! Que mostrem os laudos, que comprovem o que estão falando, porque não é possível que mais de mil famílias fiquem à mercê de uma disputa da Prefeitura com o Governo do Estado. Nós não queremos, não compactuamos com esse tipo de coisa. Nós queremos, sim, que a comunidade seja preservada. Aliás, a comunidade foi consultada quanto à área determinada pelo Governo do Estado, o que não está acontecendo com os técnicos e com o órgão da Prefeitura.

Portanto, dizer na matéria que é responsabilidade do Estado... Alto lá! Não é por aí! Nós estamos acompanhando. Aliás, a nossa Prefeitura, o Governo João Verle, já iniciou a remoção das famílias, já colocando a contrapartida, o desejo que, de fato, essa Pista de Eventos possa ser concluída. O que nós estamos vendo até agora é que não existe interesse da Prefeitura Municipal em realocar essas famílias. Aliás, a Caixa Econômica Federal também cumpriu a sua parte no acordo, as verbas já estão destinadas para essa obra, o Governo do Estado já depositou o dinheiro, e, até agora, a Prefeitura nada fez, a não ser constatar os laudos e dizer que a área não é propícia. De quem é a responsabilidade em relação a essas famílias que estão lá à mercê de uma briga entre o Governo Municipal e o Governo do Estado?

Nós, da CEDECONDH e da CUTHAB, juntamente com a Comissão desta Casa, estamos atentos e estaremos, sim, acompanhando o desenrolar dessa questão, porque não é possível as famílias que lá estão - mais de mil famílias -  estarem jogadas dessa forma. Obrigada, Sr. Presidente.

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): A Verª Clênia Maranhão está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

A SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, quero aqui recuperar a verdade sobre dois fatos. Primeiro, quero dizer que não vou tratar desse tema, porque é um ano eleitoral. Há quase oito anos, nós tratávamos, nesta Casa, a questão da ampliação do Aeroporto. Recordo-me muito bem de uma mobilização que encheu essas galerias, trazida pelos então Vereadores Renato Guimarães e Lauro Hagemann, que denunciava, contrariamente - estou me referindo a Vereadores de sua Bancada -, sua posição contrária à ampliação do Aeroporto. Contrária. Mobilizaram as pessoas, lotaram as galerias com pessoas para garantir essa posição.

Acho que a ampliação de um aeroporto numa cidade é um fato importante para o seu desenvolvimento. Naquele momento, eu era uma Vereadora de oposição, estão nos registros desta Casa. Eu já era favorável e trabalhava favoravelmente à ampliação do nosso Aeroporto.

E também, por uma questão de justiça, quero dizer que, ainda no Governo passado, o Ver. Gerson Almeida presidiu uma Comissão Especial nesta Casa, e eu fui Vice-Presidente, que tratou desse tema. Infelizmente, no início do nosso Governo, nós não conseguimos avançar em nenhuma negociação junto ao Governo Federal, quando o Ministro das Cidades era o ex-Governador do Estado. Foi preciso a mudança no Ministério das Cidades, foi preciso a intervenção decisiva, inclusive indo a Brasília fazer as negociações junto ao Ministério das Cidades, para fazer com que Porto Alegre pudesse se credenciar com 10 milhões de reais para o avanço dessas obras.

Eu não vou cair aqui nessa provocação e nessa tentativa de construção de uma contradição que não existe entre a Prefeitura de Porto Alegre e o Governo do Estado em relação a essa questão. Os recursos devem vir do Governo Federal, mas,  infelizmente, atrasaram muito, e, infelizmente, no período do então Ministro Olívio Dutra, nada avançou. Nessa fase do novo Ministro, conseguiu-se avançar com a liberação desses recursos. A atribuição é uma recuperação da verdade, Vereadores; foi exatamente o atual Ministro - que não é do meu Partido, mas é uma questão de justiça -, que veio a Porto Alegre fazer essa negociação. Eu nem sei de que Partido ele é, não me importa, isso não me interessa!

Quero dizer que as responsabilidades são claras e que nós estamos negociando junto ao Governo do Estado. Tivemos várias reuniões; inclusive eu já participei, naquele momento, com o Ver. Gerson, que, na época, era Vereador, junto com o ex-Secretário do Estado do atual Governo, do Governo Rigotto, para definirmos as atribuições, inclusive do nosso Parlamento.

A nossa Prefeitura, dentro do seu critério de participação democrática, reuniu-se dezenas de vezes com a comunidade, e nós nos reuniremos sempre, como aqui afirmou o Secretário Clóvis Magalhães, que esteve nesta Casa tratando desse tema, porque esse é o nosso método de trabalho, essa é a forma de nós trabalharmos. Se a Comissão de Direitos Humanos quiser entrar nesse debate, serão bem-vindos, muito bem-vindos. Todos que queiram contribuir serão sempre bem-vindos. Eu só espero que a imparcialidade e os interesses da comunidade não sejam mesclados, neste ano, quando se avizinham as eleições.

E, por último, eu queria responder, mais uma vez - e responderei todas as vezes que esse Vereador levantar essa questão -, à questão levantada pelo Ver. Comassetto em relação aos dezessete postos de saúde - foram dezessete, viu, Vereador. E eu vou explicar o motivo: ao final do Governo passado, ao final do Governo do Ver. Comassetto, a Prefeitura de Porto Alegre fez uma licitação com uma única empresa, uma pequena empresa, com dezessete licitações simultâneas para restaurar os postos de saúde. Pasmem, senhores! Não entendo por que uma empresa que já está no período pré-falência é exatamente escolhida, Vereador, para fazer a recuperação das unidades de saúde. O que aconteceu? No mês de janeiro, quando mal nós tínhamos assumido o Governo, a empresa faliu! E isso atrasou em muito, porque, para reestruturar um processo licitatório, é preciso de prazo.

Então, se houve irresponsabilidade sobre essa questão - e, infelizmente, houve irresponsabilidade sobre essa questão -, na medida em que uma única empresa foi contratada, no período de quase falência, para dezessete restaurações simultaneamente, e, logo depois, ela faliu, essa responsabilidade, portanto, que V. Exª tenta, nesta tribuna, atribuir ao nosso Governo, é do ex-Governo, do seu Governo.

E lhe aponto quais as iniciativas que tomamos para enfrentar esse grave problema que nós herdamos. Nós recuperamos todo o processo, dividimos o processo licitatório, descentralizamos e o recomeçamos para que pudéssemos fazer essas restaurações necessárias.

Engraçado, interessante é que exatamente o Vereador, conhecendo essa história - e uma das comunidades atingidas por esse procedimento incorreto foi a comunidade da Vila Esmeralda -, mobiliza a Vila Esmeralda, traz aqui, como se não tivesse nada a ver com isso.

Eu acho que nós temos, sim, Vereador, que assumir a nossa responsabilidade, mas das ações que nós fizemos. Nós não podemos assumir as responsabilidades daquilo que não foi nosso. Então, do dia daquela mobilização, o senhor tenta repetir isso como se fosse uma verdade; eu acho que a gente tem sempre que assumir os erros do nosso Governo; neste caso, do seu Governo.

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. ALDACIR OLIBONI: Nobre Presidente, Dr. Goulart, solicito um minuto de silêncio pelo falecimento do Irmão Avelino Madalozzo. O Irmão Avelino Madalozzo foi Presidente da Cruz Vermelha, Irmão Marista lá da PUC, recebeu aqui nesta Casa o Prêmio de Honra ao Mérito. Queria que todos nós fizéssemos um gesto de solidariedade até pelo trabalho que ele implementou em Porto Alegre.

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Deferimos o pedido.

 

(Faz-se um minuto de silêncio.)

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): O Ver. Bernardino Vendruscolo está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Ver. Dr. Goulart, Presidente desta Casa; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, evidentemente que eu não vou entrar nessa encrenca aí e nem vou polemizar, porque eu acho que nós já falamos demais sobre isso, e já vai tarde. E sobre a encrenca da Vila Dique o que tinha que dizer eu já disse. Se nós ficarmos falando, repetindo, repetindo, nós vamos deixar de fazer aquilo que nós temos de fazer aqui, para bater na mesma tecla todo  santo dia.

Só quero fazer um registro: o Governo do Estado depositou na conta do Município, no ano passado, se não me falha a memória, em outubro, o valor correspondente à aquisição da área.

Agora, Sr. Presidente, Ver. Dr. Goulart; já são 18 horas. O Ver. Ibsen Pinheiro, Vereador peemedebista, tem um Projeto tramitando nesta Casa, que busca a inversão da Ordem do Dia, para que nós possamos, mais cedo, adentrar na discussão dos projetos, e depois, quem sabe lá, os que se dispuserem a ficar aqui discutindo outros temas, que respeitamos, é regimental, que fiquem tantas horas quantas forem necessárias.

Então, queremos fazer um apelo para que esse Projeto de autoria do Ver. Ibsen Pinheiro, que vai nos proporcionar entrar na Ordem do Dia mais rapidamente, seja aprovado o mais rápido possível, para que tenhamos, no final do dia, sem desmerecer os temas tratados aqui, mais projetos aprovados ou não aprovados. São 18 horas, e, recém agora, vamos entrar na Ordem do Dia.

E, se eu falar mais aqui, mais tempo vai demorar. Por isso agradeço.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Está certo, Excelência. O Ver. Claudio Sebenelo está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. CLAUDIO SEBENELO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras,  nessa evolução nas comunicações, uma fotografia, às vezes, vale muito mais do que o editorial.

E, então, quando se instalam os Governos autoritários, os primeiros a serem presos são os cartunistas. São os  primeiros a serem presos. Sabem por quê? Porque esse flagra aqui, no jornal O Sul - que eu gostaria que a câmara mostrasse - esse flagra da inteligência do cartunista da capa do jornal O Sul, fantástica - (mostra a capa do jornal.) -, exibe o desmentido daquilo que o Vereador Comassetto, de uma forma sofismática, tenta passar para os seus colegas Vereadores e para o público que nos assiste.

O cartunista desenhou um ringue, onde estão disputando, como boxeadores, os Presidentes Evo Morales, Kirchner, Garcia e Lula. A Folha de São Paulo tem como título fundamental hoje: “A Petrobras desiste de investir na Bolívia.” E como subtítulo: “Ministro ameaça fazer expropriação.” Eu gostaria de ouvir, de parte do Ver. Raul Carrion, um pronunciamento sobre esse assunto. O Vereador, lamentavelmente, hoje não está aqui. Ele sempre foi tão rápido em defender a Petrobras e Evo Morales, e gostaríamos que o Presidente da República Brasileira tivesse pelo menos a dignidade do Presidente Evo Morales! Mas é muito interessante ver que nenhum Vereador do Partido Comunista do Brasil e do Partido dos Trabalhadores abordou o tema, a não ser o Ver. Comassetto. O Ver. Comassetto abordou o tema dizendo que somos pela negociação.

Antigamente, Ver. Comassetto, a barbárie primitiva nesses atos era a invasão do pequeno pelo grande, como no tempo dos Estados Unidos invadindo o Iraque. Agora, o Brasil não invade por uma questão diplomática! Por uma questão diplomática!

Ver. Raul Carrion, V. Exª está chegando agora, não sei se teve a oportunidade de ouvir, mas eu quero lhe dizer o seguinte...

 

(Aparte anti-regimental do Ver. Raul Carrion.)

 

O SR. CLAUDIO SEBENELO: Eu não posso lhe dar aparte, porque eu estou em Liderança. Eu peço desculpas.

 

(Aparte anti-regimental do Ver. Raul Carrion.)

 

O SR. CLAUDIO SEBENELO: Mas V. Exª se acha o Rei Sol, achando que, eu vindo para a tribuna, vou falar pelas suas costas! Há mais 35 Vereadores que estão ouvindo, Vereador. E V. Exª não é o Corregedor da Casa! Ainda não é o Corregedor da Casa! Tenta sê-lo, mas não o é! Acho isso uma grosseria, algo contra o Regimento e contra, inclusive, a educação de Vossa Excelência!

Então, a Petrobras desiste de investir na Bolívia, e o seu colega Comassetto queria dizer que há negociação! Mas a capa do jornal O Sul mostra que não há negociação; ao contrário, mostra que há um litígio fantástico! E eu gostaria muito que o Partido Comunista do Brasil fizesse um pronunciamento a respeito do imperialismo da Petrobras, que tinha 82%, no contrato contra 18%! Eram 82% a 18%! Agora, o Evo Morales quer fazer 50% a 50%!

Por outro lado, quero saber quem é contra o Brasil? Quem é contra a Petrobras? E quem é contra o Evo Morales? Porque o Presidente Evo Morales, quando assumiu, fez um discurso fantástico, dizendo que ia nacionalizar tudo, mas, no dia seguinte, estava aqui pedindo esmola para o Brasil, porque a Bolívia, desgraçadamente, é um País pequeno e sem poder! E o Brasil é um país grande e com poder! Acham os bolivianos, acham os Presidentes que há um imperialismo brasileiro, como dizem os muros escritos, fotografados nas revistas nacionais: “Abajo los imperialistas brasileños!”

É essa questão, é essa “saia justa” que tem de ser explicada! Quem está com a razão nessas questões? Quem é a favor da Petrobras? Quem é a favor do Brasil? Quem é a favor da Bolívia? Essa “saia justa” está difícil de explicar até hoje! E essa crise já está ocorrendo há mais de uma semana! Não ouvimos uma palavra do Partido Comunista do Brasil! Não ouvimos uma palavra, Sr. Presidente, por parte do Partido dos Trabalhadores, exceto - vamos fazer justiça - do Ver. Carlos Comassetto, que, com a sua “metralhadora giratória”, se pronunciou a respeito de uma porção de assuntos e fez uma referência a essa questão, dizendo que havia uma negociação. Aqui está a fotografia da negociação. (Mostra o jornal.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Obrigado, Excelência. Não havendo quórum para passarmos à Ordem do Dia, estão encerrados os trabalhos da presente Sessão.

 

(Encerra-se a Sessão às 18h11min.)

 

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